Um vigilante foi indiciado por homicídio culposo- quando não há intenção de matar- após deixar entrar no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) o morador de rua que matou uma idosa, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, Neuza Cândida, de 75 anos, estava internada quando teve a as vias aéreas comprometidas depois que o homem entrou no quarto dela.
O g1 não conseguiu descobrir quem representa as defesas do vigilante e do morador de rua para pedir uma posição sobre o caso.
Em nota, o Hugo informou que lamenta o ocorrido, que se solidariza com familiares e amigos e que reviu os protocolos de segurança do hospital. Informou ainda que confia nas investigações (nota na íntegra ao fim do texto).
A morte aconteceu no último dia 7 de abril e o indiciamento do vigilante, que não teve o nome divulgado, e do morador de rua Ronaldo do Nascimento foi dado nesta segunda-feira (18). Imagens mostram o homem andando pelo corredor da unidade antes de entrar no quarto da idosa (veja acima).
Neusa Cândida, de 75 anos, foi assassinada dentro do Hospital de Urgências de Goiânia Hugo Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Segundo a Polícia Civil, a idosa respirava por um tubo de traqueostomia e Ronaldo foi indiciado por homicídio qualificado porque assumiu o risco de matá-la ao ver as condições em que ela estava. Conforme o delegado Rhaniel Almeida, há indícios de que o homem tenha problemas psiquiátricos.
“ Ele contou que ouviu vozes, achou que era a mãe dele que estava internada e, com isso, tentou “ajudá-la”. Ele não a conhecia e não tinha intenção de matar. Mas assumiu esse risco ao manipulá-la seu leito, inclusive em suas vias respiratórias”, explicou o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, cabia ao vigilante verificar e autorizar a entrada dos acompanhantes no hospital, por isso também foi indiciado por homicídio culposo – quando não há intenção de matar.
“Cabia a ele fazer o controle de entrada naquela parte, que já é uma parte restrita, onde só poderiam entrar pacientes e acompanhantes”, disse Rhaniel.
Ainda de acordo com o delegado, o vigilante alegou que a própria direção do hospital deixava populares entrarem no corredor do hospital para usar banheiros e bebedouros. O hospital foi questionado pela Polícia Civil, mas negou esse tipo de procedimento.
Nota do Hugo
O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) informa o seguinte:
A investigação feita pela Polícia Civil de Goiás sobre a morte da paciente Neuza Cândida foi concluída pela autoridade policial;
A direção reviu os protocolos de segurança visando correção de procedimentos;
A direção lamenta o ocorrido, se solidariza com familiares e amigos e reitera o compromisso de prestar serviços de saúde de excelência e humanizados para a população de Goiás;
A direção confia na soberania da Justiça para julgar o feito e na condução do assunto pelas autoridades