Um caminhão carregado com chocolates foi atingido pelo helicóptero que caiu em Contagem, na Grande BH, na manhã desta segunda-feira (11).
Quem dirigia o veículo era o motorista Ronaldo Gerônimo. Ele contou à reportagem da TV Globo que, no momento do acidente, tinha acabado de sair do caminhão e aguardava para descarregar a mercadoria.
“Eu estava na fila pra descarregar. Eu estava do lado do veículo, segundos antes de ele cair. Na hora, eu vi ele [helicóptero] descendo do lado do veículo, rodopiando, eu escutei o barulho quando ele caiu no chão. Pouca coisa antes de eu sair do caminhão”, disse.
O baú refrigerado, que estava carregado com chocolates, ficou danificado.
A queda aconteceu por volta das 8h30 desta segunda-feira (11). Segundo o Corpo de Bombeiros, duas pessoas estavam na aeronave. Eles foram socorridos conscientes.
O acidente ocorreu no bairro Chácara Boa Vista, ao lado da Efai – Escola de Aviação Civil (leia a nota com informações da escola ao final do texto). Ainda não há informações sobre as causas da queda.
“O acidente aconteceu no momento da decolagem. A aeronave, aparentemente, perdeu potência, e ela acabou colidindo com o caminhão-baú. Depois colidindo ao solo. O piloto parece que reduziu um pouco a potência, então não teve muita energia na queda. Não teve ignição, não teve nenhuma combustão, e os ocupantes foram retirados sem maiores intercorrências”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros Rodrigo Munaiee.
Sobreviventes resgatados conscientes
Segundo Munaiee, um dos ocupantes foi socorrido pelo helicóptero dos bombeiros, e o outro, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Os dois foram levados para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, as vítimas são o piloto Roberto Carlos Belmiro, de 59 anos, e Alexandre Mitkiewicz, cuja idade não foi informada.
Após o acidente, os militares isolaram o local e fizeram a retirada da bateria da aeronave para minimizar os riscos de explosão.
Características do helicóptero
Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o helicóptero, um Guimbal Cabri G2, pertence à Efai, uma escola de pilotagem, e foi fabricado em 2015.
A aeronave comporta até 700 kg e pode levar apenas um passageiro. Ela possui um Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido até janeiro de 2023 e situação normal de aeronavegabilidade.
O que diz a escola de aviação
Os representantes da Efai, dona do helicóptero, foram procurados e falaram que se posicionariam por meio de uma nota.
Em seu comunicado, divulgado às 12h30, a escola diz que se tratava de um voo de treinamento e que o problema que causou a queda da aeronave ainda não foi identificado.
A Efai também diz que o helicóptero sofreu danos graves, mas seus ocupantes tiveram apenas ferimentos leves.
Leia a nota na íntegra:
“A EFAI – Escola de Aviação Civil Ltda. vem, com pesar, passar as informações disponíveis no momento a respeito do acidente ocorrido na manhã de hoje (11/04/2022) com uma de suas aeronaves.
A aeronave, um Cabri G2 (PR-EFC), de propriedade da Escola decolou do heliponto EFAI (SNHN) por volta das 08h35 para um voo de treinamento, tendo a bordo o Cmt. Alexandre Mitkiewicz, aluno do Curso de PPH (Piloto Privado de Helicóptero); e o Cmt. Roberto Carlos Belmiro, Instrutor da EFAI.
Logo após a decolagem, por problema ainda não identificado e que será fruto de investigação pelo órgão competente, a aeronave não obteve o ganho de altura esperado. o instrutor buscou, então, efetuar um pouso de precaução no pátio de uma transportadora localizada no eixo de decolagem. A aeronave entrou em giro e, antes do choque com o solo, colidiu com sua cauda em um dos caminhões estacionados no pátio.
A aeronave sofreu danos graves. A integridade física dos ocupantes, no entanto, foi preservada graças às características anti-crash do Cabri. Tanto aluno quanto instrutor sofreram apenas ferimentos leves, tendo sido retirados conscientes da aeronave e, posteriormente, sido removidos para o Hospital João XXIII para exames mais detalhados.
O Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – SERIPA III foi informado e está preparando uma equipe para se deslocar do Rio de Janeiro (sua sede) para Contagem com o objetivo de realizar a ação inicial no local do acidente, atividade que deverá ocorrer amanhã. A EFAI providenciou a guarda do local como forma se preservar indícios que certamente irão auxiliar na investigação. Após essa ação inicial, segue-se a investigação conduzida por uma Comissão formada por oficiais, graduados e técnicos do SERIPA III visando levantar os fatores contribuintes para o acidente, com vistas à prevenção de outros semelhantes.
A aeronave está com seu certificado de aeronavegabilidade válido e estava sendo operada dentro dos limites de peso e balanceamento para as condições ambientes reinantes no momento do acidente. Os pilotos estão com as respectivas habilitações e certificado médico aeronáutico também válidos.
Merece destaque a pronta resposta dos órgão acionados pelo PRE (Plano de Resposta à Emergências) da EFAI. Ao ser informada a ocorrência ao APP-BH (Centro de Controle de Aproximação de Belo Horizonte – Órgão do Departamento de Controle de Tráfego Aéreo), este desencadeou as ações de atendimento à emergência, prontamente atendidas pelo Corpo de Bombeiros, também acionado pela Coordenação do Centro de Gerenciamento de Crise da EFAI. Em poucos minutos chegaram ao local uma ambulância do Corpo de Bombeiros e uma aeronave do BOA – Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de MG. Também estiveram presentes no local duas ambulâncias do SAMU, que foi acionado pelo pessoal da transportadora logo após a queda da aeronave. Em conjunto, as Unidades presentes prestaram o atendimento pré-hospitalar aos tripulantes, provendo também todo o apoio necessário à sua posterior remoção.
A EFAI encerra essa nota reforçando sua crença de que o nível de Segurança de Voo das aeronaves em geral, e dos helicópteros em particular é, significativamente, dependente da formação inicial do piloto. E, dessa forma, reforça também a importância que a Segurança de Voo sempre teve, e continuará tendo, em suas operações.”