Nesta terça-feira, 14 de maio, os municípios acreanos de Assis Brasil, Manoel Urbano e Senador Guiomard celebram 48 anos de emancipação política. A data remete à sanção da Lei nº 588, de 14 de maio de 1976, assinada pelo então governador Geraldo Mesquita, que redefiniu os limites territoriais de diversos municípios do estado.
A nova delimitação permitiu a instalação formal de cinco municípios — Assis Brasil, Senador Guiomard, Plácido de Castro, Manoel Urbano e Mâncio Lima —, todos originalmente criados pela Constituição Estadual de 1º de março de 1963. Para isso, foram desmembradas áreas de Brasiléia, Rio Branco, Sena Madureira e Cruzeiro do Sul.
Assis Brasil se desvinculou de Brasiléia; Senador Guiomard, de Rio Branco; e Manoel Urbano, de Sena Madureira. Já os demais municípios optaram por comemorar sua emancipação em outras datas.
A seguir, conheça um pouco da história de cada município aniversariante:
Assis Brasil
Localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia, Assis Brasil ocupa uma área de 4.974 km² e, segundo estimativa do IBGE em 2019, possui pouco mais de 7 mil habitantes. O município integra uma conurbação com as cidades vizinhas de Iñapari (Peru) e Bolpebra (Bolívia), sendo conectado ao restante do país pela BR-317 — única rodovia que liga o Brasil ao Peru.

A cidade surgiu no antigo seringal Paraguçu, desbravado em 1908 pelos irmãos Berlamino, Durval e Policarpo Freire, vindos do Nordeste. Em 1958, a vila foi batizada de Assis Brasil, em homenagem ao diplomata Francisco de Assis Brasil, que, ao lado do Barão do Rio Branco, negociou a compra do Acre junto ao governo boliviano.
Manoel Urbano
A origem de Manoel Urbano remonta ao final do século XIX, quando os irmãos João Moaco e Zé Moaco se estabeleceram às margens do Rio Purus, fundando a colocação Tabocal — nome inspirado na vegetação abundante da região. O transporte de mercadorias se dava exclusivamente por via fluvial, por meio de embarcações que vinham de Belém e Manaus.

Durante uma forte seca, um navio chamado Castelo encalhou no local e permaneceu ali até o retorno das chuvas. O episódio levou os moradores a adotarem o nome Castelo para a localidade, que se desenvolveu ao longo das décadas e foi elevada à categoria de vila em 1936.
O nome atual do município homenageia Manoel Urbano da Encarnação, importante explorador do Rio Purus e mestiço nascido na região de Manacapuru, no Amazonas.
Senador Guiomard
Senador Guiomard teve origem na década de 1930, com a formação da colocação Quinarizinho, em plena era do ciclo da borracha. A colonização teve início com 32 famílias nordestinas, e, em 1947, foi aberta a estrada ligando a vila à capital Rio Branco. Em 1956, a localidade foi elevada a vila, e seu primeiro subprefeito foi nomeado no ano seguinte.

O nome original, Vila Grande Quinari, ainda suscita debate quanto à origem. Parte da população associa a nomenclatura à árvore Quinaquina, comum na região e cujas raízes eram utilizadas em chás medicinais. Outros estudiosos defendem que o termo “Quinari” tenha origem indígena, já que a área era tradicionalmente habitada por povos originários.
A partir de 1959, Senador Guiomard recebeu famílias japonesas, que se estabeleceram e difundiram o cultivo do amendoim. Nos anos 1970, dezenas de famílias oriundas do Sudeste chegaram atraídas pelos incentivos estatais à pecuária.