Cruzeiro do Sul, Acre 24 de novembro de 2024 17:58

Transmissão de sífilis em bebês no Acre cai quase 15%, diz Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde divulgou dados do Boletim Epidemiológico de 2024 da sífilis, durante a abertura do ‘Seminário Integrado da Sífilis – Unindo Forças para a Eliminação’, na última segunda-feira (14), em Brasília. Conforme as informações, em 2023 houve uma redução de 1.511 casos da doença em bebês menores de um ano em todo o país, se comparado ao ano anterior. Esse número significa que 71% dos casos de sífilis congênita foram evitados devido ao diagnóstico precoce em gestantes. No estado do Acre, a contagem de casos da doença em crianças com menos de um ano passou de 96 em 2022 para 82 em 2023.

As estatísticas apresentadas foram baseadas nas notificações até o dia 30 de junho deste ano. A evolução positiva no cenário nacional rumo à eliminação da sífilis congênita até 2030 reflete os esforços intensificados para aprimorar o manejo da infecção em gestantes e suas parcerias sexuais. Quando diagnosticada durante o pré-natal e tratada de maneira adequada, a chance de transmissão da sífilis para o bebê é reduzida a níveis compatíveis com eliminação. “Vamos eliminar a sífilis e outras infecções como problema de saúde pública até 2030. Esse é o nosso compromisso”, destacou o diretor do Departamento de HIV Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Draurio Barreira, no início do evento.

Segundo Pâmela Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), o Brasil possui todas as ferramentas necessárias para diminuir os casos de sífilis. “O desenvolvimento de ações tripartite e integradas com todos os atores envolvidos na prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis, considerando também os determinantes sociais, é fundamental para avançarmos em conjunto. Cada um de nós pode fazer a diferença”, declarou a coordenadora.

Estiveram também na abertura do seminário, representantes da Opas, do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas.
Dados epidemiológicos.

Conforme o último Boletim Epidemiológico de Sífilis, em 2023 foram notificados no país 242.826 casos de sífilis adquirida, 86.111 casos de sífilis em gestantes, 25.002 casos de sífilis congênita, além de 196 óbitos por sífilis congênita.

O diagnóstico da doença é realizado por teste rápido e exames laboratoriais. O Ministério da Saúde adquire e distribui para os estados e municípios testes rápidos de sífilis (detectam anticorpos treponêmicos) e testes rápidos do tipo DUO, que investigam infecção por HIV e sífilis simultaneamente. Os testes DUO começaram a ser distribuídos em maio deste ano.

Em 2023, mais de 14 milhões de testes rápidos foram distribuídos pela pasta em todo o país. Neste ano, até agosto, foram distribuídos 5.689.240 testes rápidos e 1.955.100 de DUO HIV/Sífilis, totalizando 7.644.340 testes.

Combate à sífilis

Todo terceiro sábado do mês de outubro, o Dia de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita é celebrado no Brasil. A pauta é uma das prioridades do Ministério da Saúde que, por meio do Programa Brasil Saudável, está engajado em eliminar a transmissão vertical da doença como problema de saúde pública até 2030. Além da disponibilização de testes rápidos aos estados e municípios, a pasta realiza a dispensação de penicilina para o tratamento da sífilis adquirida, sífilis em gestantes e congênita.