Tradições religiosas dos anos 70, como a Semana Santa, têm sido cada vez mais esquecidas. Uma moradora da comunidade Santa Luzia, na BR-364, relata que até seus 12 anos ainda cumpria todos os dias da Semana Santa.
Seu pai, Francisco Rodrigues de Oliveira, morreu aos 62 anos. Ele orientava todos os seus filhos a guardarem os dias santos.
À partir da quarta-feira de cinzas, ninguém fazia mais nada. Até frutas não podiam ser colhidas das fruteiras. Quem tinha nome “Maria” não tomava banho, nem penteava os cabelos – muito menos podia varrer a casa.
A dona de casa, mais conhecida por Mariquinha, diz lembrar que, até os anos 80, a tradição era bem rígida pelos mais antigos. Compras só poderiam ser feitas até a terça-feira santa, pois não se devia sequer pegar em dinheiro. O que se comprava teria de ser anotado e pago na segunda-feira da semana seguinte. “A religião era bem cumprida, pois se levava para o lado bíblico, onde quem pegou dinheiro nesse período santo foi Judas”, lembra.
Durante o feriado, peixe era o principal alimento consumido, além dos tradicionais ovos coloridos. A carne era esquecida nesta festividade.
Os ovos de galinha já eram pintados e decorados no Oriente Médio, principalmente no Egito. Já o ovo de chocolate, muito famoso no Brasil, surgiu numa confeitaria francesa no século XIX. Ao esvaziar o ovo de galinha, o mesmo era recheado com chocolate. A inovação acabou dando certo e se espalhando por vários lugares. Nesta mesma época, surgiu a caça aos ovos para as crianças. No Brasil, a tradição é comer os ovos de chocolate no Domingo de Páscoa.
Na quinta-feira também era feriado, bem diferente dos dias atuais, onde tudo funciona, inclusive agências bancárias.
A Semana Santa é uma tradição religiosa cristã que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Ela se inicia no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a ressurreição de Jesus, que ocorre no domingo de Páscoa.