Um homem suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips foi preso pela Polícia Militar, no Amazonas, informou a jornalista Miriam Leitão desta quarta-feira (8).
Segundo a Polícia Civil, o homem se chama Amarildo da Costa de Oliveira, de alcunha “Pelado”, e tem 41 anos. Ele foi preso em flagrante, na terça-feira (7) por posse de munição de uso restrito e permitido. Com ele, foram apreendidos chumbinhos.
Segundo o delegado titular da 50ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), Alex Perez, não há nada que ligue Amarildo ao desaparecimento de Bruno e Dom Phillips, e ele nega todos os fatos.
“A única situação que ele acompanhou foi quando a embarcação que Bruno e Dom Philips estavam conduzindo passou em frente a sua comunidade. [Ele fez] contato visual apenas”, afirma o investigador.
A PM fez buscas na residência de Amarildo em função de denúncias anônimas sobre uma suposta participação. “Chegando na residência dele, encontraram munição de uso restrito, além de chumbinhos e uma substância entorpecente”, relata Timóteo.
Em nota, a polícia diz que, sobre o suposto envolvimento do homem com o desaparecimento, “as equipes de investigação irão apurar se a informação procede”.
O delegado diz ainda que vão ouvir “mais duas ou três pessoas” ainda nesta quarta-feira (8).
Depoimentos
De acordo com Perez, a Polícia Civil do Amazonas instaurou um inquérito policial para investigar o caso.
Até a noite dessa terça-feira (7), cinco pessoas foram ouvidas pelas autoridades policiais, sendo quatro como testemunhas e uma na condição de suspeito.
A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) ainda não divulgou os nomes das pessoas ouvidas. Fontes em Atalaia do Norte, cidade onde os dois desapareceram, afirmam que o suspeito ouvido pela polícia é Amauri.
O caso
Cronologia: indigenista e jornalista britânico estão desaparecidos desde o dia 5
Bruno e Phillips tinham sido vistos pela última vez quando chegaram à comunidade São Rafael por volta das 6h de domingo. No local, eles conversaram com a esposa do líder comunitário apelidado de ‘Churrasco’. De lá, eles partiram rumo a Atalaia do Norte, viagem que dura aproximadamente duas horas, mas não chegaram ao destino. A previsão era que eles chegassem ainda no domingo entre 8h e 9h.
“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da FUNAI no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, diz o texto divulgado pela Univaja, na segunda-feira.
Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem.
Ainda no domingo, a Univaja começou as buscas. Sem obter sucesso, na segunda-feira, a organização indígena acionou as autoridades e divulgou nota à imprensa.