A base do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que atende toda a região do Juruá, vem enfrentando um grande número de trotes que atrapalham o atendimento de emergências reais. Segundo o médico Gin Gabriel Cameli, responsável pelo SAMU local, foram identificados mais de 80 números de telefone em 2024 usados repetidamente para fazer trotes. Em 2025, já são mais de 25 números registrados fazendo esse tipo de ligação.
Cameli explica que esses trotes ocupam as linhas telefônicas, impedindo que pessoas com casos urgentes consigam contato imediato. Além disso, as falsas chamadas podem levar ao envio desnecessário de viaturas, comprometendo a eficiência do serviço. Os números identificados como responsáveis por trotes são bloqueados, dificultando futuras ligações até mesmo em casos concretos de emergência, o que pode prejudicar quem realmente precisa.
O médico alerta que muitos trotes são feitos por crianças e jovens, que geralmente têm acesso aos telefones e não percebem os prejuízos causados. Ele reforça que o serviço de atendimento é rápido, com protocolos que duram em média dois minutos para o primeiro contato, e que a colaboração da população é fundamental para garantir agilidade e eficácia no atendimento.
O SAMU atende não só Cruzeiro do Sul, mas também municípios vizinhos e comunidades distantes, tornando o problema dos trotes ainda mais grave, pois podem atrasar ou impedir o atendimento em regiões remotas.
A orientação é clara: os trotes não são brincadeira e colocam em risco vidas ao bloquear as linhas de emergência e desviar recursos para chamadas falsas. Responsáveis devem monitorar o uso do telefone por crianças e jovens, evitando que esses atos coloquem a população em perigo.