Alvo de polêmicas e grandes discussões o tema “Rodovia Cruzeiro do Sul – Acre à Pucalpa-Peru” tem trazido pautas relevantes a serem analisadas.
Assuntos como: logística, vulnerabilidade da população local, impacto ambiental negativo, fazem parte de abordagens por parte de especialistas, mas um dos pontos principais é a questão da violência causada pelo tráfico de drogas entre as fronteiras.
O Secretário de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp), Paulo Cezar Santos, vê a rodovia como uma possibilidade de avanço para o estado.
“Vejo com bons olhos esse projeto que, além de muito importante para o avanço econômico do Acre, possibilita a instalação de uma base das nossas forças de segurança nesse local em que as famílias estão distantes dos centros urbanos e não conseguem ter acesso à polícia, por exemplo”, explicou.
O secretário garante que com a construção da rodovia, a incidência de crimes não vai melhorar ou piorar.
“Ter mais essa rota não vai melhorar ou piorar a cultura de crimes, mas melhorar a vida das pessoas. Essa é nossa expectativa. O narconegócio, que é uma das práticas mais rentáveis e prejudica o Estado, acontece independente desse projeto. Precisamos combater o crime e não o desenvolvimento”, acrescentou.
“Urbanização é um fator que sempre ajuda a melhorar a segurança”, finalizou.
O Ministério Público traçou uma rota do tráfico. Segundo estudos realizados a droga parte de cidades peruanas e bolivianas. Chega ao Brasil por rios, estradas e até mesmo em voos comerciais. No Acre, passa principalmente pelas regiões do Juruá, Alto Acre e Purus.
O mapeamento é fruto de um monitoramento feito pelo Ministério Público do Estado do Acre desde 2013. A maior parte dos trajetos mapeados fica na fronteira com o Peru. O país é apontado pela ONU como maior produtor mundial da coca.
O projeto da rodovia foi apresentado em novembro de 2019, ficou estagnado durante o ano de 2020 até meados de março de 2021. Em 31 do mesmo mês, ele foi retomado. O PL é de autoria do senador Márcio Bittar-MDB(AC), e foi apresentado pela Deputada Federal Mara Rocha-PSDB (AC).