Presidente Vladimir Putin acompanhou testes enquanto potências do Ocidente indicam invasão iminente do vizinho no Leste europeu
O presidente russo, Vladimir Putin, realizou uma série de exercícios estratégicos militares neste sábado, 19, em meio ao acirramento das tensões com os Estados Unidos e a Organização da Aliança do Atlântico Norte (Otan) por causa de uma possível invasão da Ucrânia. Moscou afirmou que testou com sucesso mísseis de cruzeiro e mísseis hipersônicos em alvos marítimos e terrestres durante exercícios das forças nucleares. Putin assistiu aos testes ao lado do presidente da vizinha Bielorrússia, Alexander Lukashenko, do que o Kremlin descreveu como um “centro de situação”. A demonstração de força ocorre após a troca de acusações entre Moscou e Washington sobre a intenção dos russos em invadir a Ucrânia. Enquanto as nações ocidentais temem o início de um dos piores conflitos desde a Guerra Fria, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse que as forças russas estão começando a “se deslocar e se aproximar” da fronteira com seu ex-vizinho soviético. “Esperamos que ele se afaste da beira do conflito”, disse ele em entrevista coletiva durante uma visita à Lituânia, dizendo que uma invasão da Ucrânia não é inevitável.
A Rússia ordenou a preparação militar enquanto exige que a Otan impeça a Ucrânia de ingressar na aliança, mas diz que as previsões de que planeja invadir o vizinho são erradas e perigosas. O país afirma que está retirando tropas da fronteira, enquanto Washington e seus aliados insistem que a mobilização está aumentando. Líderes separatistas apoiados pela Rússia no Leste da Ucrânia declararam anteriormente uma mobilização militar total, um dia depois de ordenar que mulheres e crianças fossem evacuadas para a Rússia, citando a ameaça de um ataque iminente das forças ucranianas. Kiev negou veementemente a acusação e Washington disse que fazia parte do plano da Rússia criar um pretexto para uma invasão da Ucrânia.
Múltiplas explosões foram ouvidas na manhã deste sábado no Norte da cidade de Donetsk, controlada pelos separatistas, quando mais pessoas embarcaram em ônibus para sair. Kiev disse anteriormente que um de seus soldados havia sido morto. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que alerta sobre uma invasão iminente, afirmou nesta sexta-feira, 18, que a capital da Ucrânia é o objetivo dos russos, mas que não acredita que Putin está considerando, nem de forma remota, o uso de armas nucleares. Biden disse a repórteres na Casa Branca que Putin invadiria nos próximos dias. “A partir deste momento, estou convencido de que ele tomou a decisão”, disse ele.