Um dia após os aliados da Ucrânia confirmarem que vão enviar tanques Leopard 2 de fabricação alemã, a Rússia lançou, nesta quinta-feira, 26, mais de 30 mísseis contra vários alvos ucranianos, informou o governo de Kiev. Yuri Ignat, disse à mídia local que vários caças russos Tu-95 lançaram mísseis da região de Murmansk, no norte da Rússia. “Mais de 30 mísseis foram detectados. Os sistemas de defesa aérea estão funcionando”, declarou. O Exército ucraniano diz ter derrubado 47 dos 55 mísseis lançados. O prefeito de Kiev informou que uma pessoa morreu e duas ficaram feridas. A vítima mortal foi “um homem de 55 anos”, disse a administração municipal, acrescentando que essa morte foi causada pela queda de fragmentos de um míssil derrubado. A Ucrânia também informou que a defesa aérea derrubou 24 drones russos durante a noite. O ataque “foi lançado da costa leste do Mar de Azov. De acordo com informações preliminares, o inimigo usou 24 Shahed [drones]. Todos os 24 foram destruídos”, disse a força aérea ucraniana em um comunicado publicado on-line.
Após o ataque e como “medida de precaução”, cortes de energia de “emergência” foram realizados na capital, em sua região e nas regiões de Odessa e Dnipropetrovsk, disse a operadora privada de eletricidade DTEK. Com os cortes, o objetivo é “evitar danos significativos à infraestrutura elétrica, se os mísseis do inimigo atingirem seu alvo”, disse o grupo no Telegram. Desde outubro, a Rússia lançou vários ataques aéreos contra a Ucrânia, principalmente contra a infraestrutura de energia. Esses bombardeios danificaram o sistema elétrico ucraniano e forçaram Kiev a fortalecer seus sistemas de defesa aérea com o apoio de seus aliados ocidentais. Os últimos ataques maciços da Rússia contra infraestruturas de energia ocorreram em 14 de janeiro.
O ataque desta quinta-feira ocorreu depois que vários países ocidentais, incluindo Alemanha e Estados Unidos, prometeram fornecer tanques pesados à Ucrânia. Equipamentos que a Rússia prometeu queimar. O porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, alertou que o Ocidente “superestima o potencial que os tanques podem dar ao Exército ucraniano”. “Esses tanques queimarão, como todos os outros. São muito caros”, frisou. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu a seus aliados pelo fornecimento deste equipamento, reivindicado por Kiev há meses. É “um passo importante no caminho para a vitória”, disse o presidente. Mas “a chave agora é velocidade e volume” na entrega dos tanques, insistiu ele, em declaração na noite de quarta-feira. O governo ucraniano estima que precisa de várias centenas de tanques para derrotar o Exército russo no leste e no sul do país.