Referência na realização de transplantes na região amazônica, o Estado do Acre atende pacientes de todo o Brasil e até de países vizinhos, cadastrados no Sistema Único de Saúde (SUS). Na terça-feira, 13, foi realizado um novo transplante para devolver a qualidade de vida de mais um paciente, este, morador de Ji-Paraná, em Rondônia.
Era manhã de terça-feira quando Jair Requena Martins, 49 anos, recebeu a ligação do Serviço de Transplantes da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) informando sobre a oferta de um fígado compatível.
“[Quando me ligaram] foi uma emoção muito forte, porque sair de uma vida como essa, uma vida que ninguém quer… Mas quem já fez os transplantes está com um sorriso lá na orelha, então, para mim é muito significativo. Só tive boas referências, então estou muito ansioso. Aqui tem uma equipe maravilhosa daqui do Acre e Deus vai abençoar que vai dar certo. Agradeço muito essa equipe que está me atendendo, meu filho que me acompanha, meus tios, minha família. E eu estou grato pelo Acre. O Acre está de parabéns, é um lugar acolhedor”, disse o paciente, pouco antes de entrar na sala de cirurgia.
Mas enquanto Jair Requena se deslocava às pressas por mais de 900km de táxi, uma mega operação era organizada para garantir que o órgão chegasse o mais breve possível. A corrida contra o tempo começou às 6h, quando a Central Estadual de Transplantes foi notificada sobre a oferta do órgão que estava disponível em Goiânia/GO, fazendo com que a equipe de captação – liderada pelo médico cirurgião Leonardo Mota – fosse até Goiânia para captar o órgão e se deslocasse na sequência para o Acre, com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).
“A Fundhacre é um hospital muito bem equipado. A gente tem todas as condições de fazer bem o transplante, condições técnicas, condições de pessoal, mas acaba que quando a gente tem oferta à distância, o desafio logístico do transplante é um pouco maior. O doador do seu Jair era de Goiânia, então, a gente teve que sair às pressas de São Paulo e quase perdemos o voo. Esse já foi o primeiro desafio e, se não fosse a interferência da Central Nacional de Transplantes, a gente não teria embarcado”, relata o médico Leonardo Mota.
“Chegamos em Goiânia, fizemos a captação e a FAB trouxe a gente aqui direto para Rio Branco, para fazer a cirurgia. Depois de todo esse tempo de captação, a viagem longa, ainda temos a parte principal, que é o transplante”, complementa o médico, que realizou a cirurgia ao lado do colega de profissão Aloysio Coelho e de toda a equipe multiprofissional.
Após uma cirurgia de aproximadamente sete horas, o transplante do rondoniense Jair Requena ocorreu com sucesso e ele se recupera bem, ainda no complexo Hospitalar. Com esta cirurgia, chega a 89 o número de pessoas transplantadas no Acre, fortalecendo o estado como referência na região.
Agência de Notícias do Acre
Foto: Gleison Luz/Fundhacre