De longe, depois de um pequeno morro, um animal raríssimo foi avistado: um filhote de veado campeiro albino
Era fim de tarde, várias pessoas em um passeio para avistar animais típicos do Pantanal sul-mato-grossense, câmeras prontas para os flagrantes e turistas ansiosos pelos bichos. De longe, depois de um pequeno morro, um animal raríssimo foi avistado: um filhote de veado campeiro albino.
O registro foi feito pelo biólogo Gustavo Figueirôa durante um safari pantaneiro realizado na fazenda Caiman, em Miranda (MS). A ideia do passeio era avistar onças-pintadas, mas o que surpreendeu foi o avistamento do veado albino.
“O veado campeiro é uma espécie que não é comum de ser vista fora do Brasil, apesar da espécie ocorrer em vários biomas, ela é ameaçada em vários biomas, mas no Pantanal a gente consegue ver com uma certa facilidade em alguns lugares né! Porém, um veado albino é raríssimo!”, completa Gustavo.
Com a câmera em mãos, Gustavo não perdeu tempo e começou a filmar o veado albino ao lado da mãe. Os dois bichos começaram a andar pelo campo, como se estivessem se exibindo para os turistas. “Deu para gravar, tirar fotos. A gente ficou uns dois minutos vendo eles. O filhote estava sempre acompanhado da mãe, foi bem legal!”.
Após o registro, Gustavo foi conversar com moradores da região para saber se o animal albino já tinha sido registrado antes. Para o biólogo, o feito é considerado raríssimo.
“Um veado albino é a primeira vez que eu já ouvi falar. O pessoal da fazenda que mora lá há anos, vários pantaneiros que moram no Pantanal nunca tinham visto. Conversei com uma especialista que também trabalhou com albinismo entre as espécies de cervos. A especialista já registrou isso em outros locais, mas no Pantanal nunca tinha ouvido falar. Sim, é um registro raríssimo, raríssimo, raríssimo”, enfatizou.
Mística e dificuldade para sobreviver
O biólogo explica que o animal albino tem uma mudança genética, que faz com que o bicho não produz melanina, que o pigmento do corpo que dá a cor a pele. Gustavo comenta que essa alteração nos genes pode dificultar a sobrevivência dos animais albinos.
“As cores próprias dos animais servem para camuflar os bichos dos predadores. Então, um animal branco, ele se destaca no meio da paisagem. Encontrar um animal albino já é muito raro, e um animal que ele não é tão filhotinho assim, já é meio crescidinho. Então, dá pra ver que ele já passou alguns meses sobrevivendo mesmo com essa condição de albinismo”.
Acostumado a ver todos os tipos de bichos, observar o veado foi como um recado para Gustavo. O biólogo diz que há uma mística ao entorno dos animais albinos, ainda mais entre os cervos.
“Sem dúvida acho que é um dos bichos mais raros que eu já vi na minha vida. Foi uma sensação única. Tem algumas lendas que dizem que o espírito da natureza aparece para pessoas de bom coração através de cervos, geralmente brancos. Considero que foi uma manifestação da natureza dizendo que eu estou no caminho certo, que foi um sinal de que estou trilhando o caminho da conservação mesmo”.