Um policial federal foi baleado no momento em que cumpria mandado de busca e apreensão no âmbito da Operação Cisplatina II, deflagrada na manhã desta quarta-feira (30/3). Um dos alvos, investigado por evasão de divisas, câmbio ilegal e lavagem de dinheiro, reagiu e trocou tiros com a polícia.
Logo após atingir um dos agentes, o atirador se entregou e foi preso. Ele vai responder por tentativa de homicídio. O investigador foi levado ao hospital, onde recebeu cuidados médicos de emergência e não corre risco de morte.
No total, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias e apreensão de veículos, em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. As medidas foram expedidas pela 7ª Vara Criminal da Justiça Federal, em Porto Alegre.
Modus operandi
O grupo criminoso investigado é radicado na fronteira do Brasil (Santana do Livramento) com o Uruguai (Rivera) e é responsável por longeva atividade no mercado financeiro paralelo.
Os alvos da operação estão vinculados ao grupo, que já foi alvo de investigação pela Polícia Federal. Segundo a corporação, demonstrou-se que, apesar da atuação da PF, em 2020, parte dos operadores se manteve em atividade, inclusive absorvendo o trabalho antes desenvolvido pelo grupo preso.
A investigação demonstra que, desde 2013, os investigados atuam no recebimento de valores e na posterior remessa ao exterior. O mapeamento das atividades indica que o grupo recebeu, aproximadamente, R$ 140 milhões de pessoas e empresas de todo o país interessadas no envio desses valores ao Uruguai. Somente entre 2018 e 2021, a quadrilha movimentou pelo menos R$ 61 milhões.