Ao todo, foram cumpridos 10 mandados judiciais expedidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas de Rio Branco, sendo duas de prisão preventiva, 10 de busca e apreensão e quatro de sequestros de bens imóveis e gado na capital acreana, Rio Branco, e nos municípios de Epitaciolândia e Capixaba.
Ainda de acordo com a PF, foram objeto de sequestro um apartamento, um prédio, fazendas e centenas de cabeças de gado que eram pertencentes ao grupo criminoso. No total, foram retirados de circulação de R$ 2 milhões do crime organizado. A ação é um desdobramento da operação que teve o objetivo de combater uma organização criminosa dedicada à lavagem de dinheiro e que atuava em quatro estados da federação, AC, AM, RJ e RN.
Os investigados vão responder por integrar organização criminosa e lavagem de dinheiro. Somadas as penas passam de 10 anos de prisão. Participaram da operação a Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar com um total de 30 policiais.
A Operação Héstia, da Polícia Federal, cumpriu 47 ordens judiciais no dia 1 de dezembro de 2021. A ação tinha como foco prender o principal chefe da organização criminosa, que estava foragido do sistema prisional do Acre desde 2017. Adayldo de Freitas Ferreira conseguiu fugir do Hospital Santa Casa de Misericórdia, em Rio Branco, após fazer um buraco no forro do banheiro do apartamento que estava internado.
Os policiais foram até a comunidade Maré, no Rio de Janeiro, para cumprir dois mandados de prisão e dois de busca e apreensão expedidos pela Justiça acreana. No entanto, segundo a PF-AC, ao chegarem na entrada da comunidade, eles foram recebidos a tiros. Durante a ação, os policiais apreenderam um fuzil, carregadores de fuzil, uma pistola, munições, granada, drogas e rádios comunicadores.
A informação da PF-AC é que o chefe da organização criminosa ostentava uma vida de luxo na comunidade da Maré. O criminoso – apontado pelas forças de segurança pública do Acre como o mais procurado do estado – construiu um imóvel de luxo dentro da comunidade que contava com piscina e banheira de hidromassagem. Ele conseguiu fugir com ajuda de traficantes locais.
Para lavar o dinheiro, o grupo, que segundo a polícia era liderado por um empresário acreano do ramo de venda de extintores. De acordo com a investigação, ele usava sete empresas sediadas em Rio Branco, Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul para fim de simular o funcionamento regular dos estabelecimentos e justificar os valores e bens obtidos com o lucro do tráfico interestadual de drogas.
O empresário chegou a ter um pedido de habeas corpus negado pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre.