Em meio à crise no abastecimento de água e redução do nível do Rio Acre, a prefeitura de Rio Branco deu início nesta terça-feira, 19, a 2° fase do estudo sobre a perfuração de poços tubulares profundos em Rio Branco. A visita ocorreu no Reservatório Portal da Amazônia, Portal Ipê.
Conforme o prefeito Tião Bocalom, sem partido, a ação visa resolver o abastecimento de água na capital acreana. “A prefeitura vem fazendo um trabalho que nunca foi feito, todos nós sabemos o problema sério que Rio Branco sempre teve onde a água só vem do Rio Acre e a gente precisa perfurar os poços, mas, não daria pra gastar dinheiro sem fazer as pesquisas” comentou.
Bocalom contou que a 2° etapa do estudo é a eletrorresistividade, que é o tipo de investigação geofísica baseada na injeção de corrente no solo e que utiliza as propriedades elétricas dos materiais para medir a resistividade do meio. “A prefeitura vem bancando essa pesquisa, a primeira com drone e agora essa aqui no chão chamada de eletrorresistividade, então a pesquisa deve dizer em quais pontos se pode fazer a perfuração dos poços. Os nossos poços serão de até 800 metros”, declarou.
Rodrigo Matias, analista geofísico da empresa GeoScan, contratada pela prefeitura para realizar o estudo, contou que a segunda etapa da pesquisa consiste no estudo geofísico chamado eletrorresistividade. “A gente injeta uma corrente em subsuperfície, em subsolo e a partir da análise dessa corrente, a gente consegue fazer modelos do que você tem embaixo do subsolo, se é mais condutivo ou mais resistivo. Geralmente, como aqui no caso, a prefeitura está buscando água. Estamos buscando modelos mais condutivos, porque a água é um bom condutor de eletricidade. E a partir desses estudos, a gente passa para a prefeitura. No caso, o que acontece, a gente vai entregar esse estudo para a prefeitura e a partir dessas informações que a prefeitura vai alocar os poços dela” explicou.
O diretor-presidente do Saerb, Enoque Pereira, disse que o resultado final da pesquisa deverá ficar concluído em até 15 dias. Segundo ele, o objetivo é perfurar poços para abastecer pelo menos 50% da cidade. “A gente precisa primeiro da resposta da empresa, que concluem daqui a 15 dias. Porque a produção hoje de água do rio é 1.600 litros por segundo, a gente acha que de subsolo, só se tiver aqui um aquifre muito grande, porque é muita água, é pra ter ideia, a gente produz aqui em média de 130 mil metros cúbicos por dia, é como se fosse 130 mil carros com mil carros”, ressaltou.
Os estudos de viabilidade do projeto conta com apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), vinculado ao Ministério de Minas e Energia, e de pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac).