Cruzeiro do Sul, Acre 27 de novembro de 2024 10:48

No Dia Mundial da Água, governo do Acre reforça importância da união para preservação dos recursos hídricos

No Acre, onde a biodiversidade se entrelaça com a cultura e a história, o Dia Mundial da Água ressoa como um chamado à união e à ação. No estado, a data ganha contornos ainda mais significativos, refletindo a interconexão entre as águas que percorrem a floresta e o clima, que molda o destino de toda a população.

Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Mundial da Água é celebrado anualmente em 22 de março, como um lembrete de que a substância é um patrimônio do planeta, vital para a vida em todas as suas formas, enfatizando a importância da água doce e da gestão sustentável dos recursos hídricos.

Em 2024, o Brasil escolheu um tema diferente do proposto pela ONU, o que é justificado pelo grave problema que os eventos extremos têm causado à população. A temática escolhida para o Dia Mundial da Água no Brasil em 2024, A Água nos Une, o Clima nos Move, destaca a importância da gestão integrada para enfrentar os desafios climáticos na preservação desse recurso tão precioso.

Criado pela ONU, o Dia Mundial da Água é celebrado anualmente em 22 de março. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

O governo do Acre, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), desempenha um papel crucial na elaboração e execução de políticas públicas que visam aprimorar a gestão das águas acreanas. É um esforço contínuo para garantir que as futuras gerações possam desfrutar da riqueza característica da região.

“É fundamental o planejamento, a gestão e o uso consciente dos recursos hídricos. É o mais importante recurso para a vida humana, é fonte de vida em todos os sentidos”, afirma a secretária de Estado do Meio Ambiente, Julie Messias.

O Dia Mundial da Água é um lembrete de que a água é vital para a vida em todas as suas formas. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Povos da floresta

As águas são as veias que alimentam a terra e unem as comunidades. São elas que sustentam a vida, permitindo que a floresta respire e que os povos mantenham suas tradições. E é o clima, com seus ciclos de chuvas e estiagens, que move a dinâmica da região, influenciando a agricultura, a pesca e a própria sobrevivência.

“Trabalho no Croa como barqueiro e é do rio que eu sustento minha família. Precisamos cuidar desse bem tão precioso. Aqui no interior, a maioria das pessoas depende do rio para fazer várias coisas do dia a dia. Eu levo turistas para ver essa imensidão aqui”, relata o barqueiro Samuel Silva, que vive às margens do Rio Croa, no município de Cruzeiro do Sul.

O barqueiro Samuel Silva tira o sustento da família do Rio Croa. Foto: Janine Brasil/Sema

Já a indígena Jéssica Luisa Rodrigues Yawanawa, da Aldeia Yawasay, localizada às margens do Rio Gregório, em Tarauacá, que atualmente tem 26 anos, foi morar na cidade com cinco anos de idade e, após 20 anos, decidiu voltar a viver na aldeia com o marido e os três filhos.

“Aqui na aldeia tem um rio pra eles tomarem banho, tem a praia pra eles se divertirem, brincar no final de semana. Aqui na floresta é mais frio. É bom na aldeia porque não tem aquela zoada, o trânsito, a preocupação de estar na rua”, conta.

A indígena Jéssica Luisa Rodrigues Yawanawa vive em uma aldeia localizada às margens do Rio Gregório com o marido e os três filhos. Foto: Alexandre Cruz-Noronha

Gestão de recursos hídricos e qualidade ambiental

A Sema é responsável pela implementação de políticas relacionadas à gestão das bacias hidrográficas e pelo monitoramento da qualidade da água. Suas ações estão fundamentadas na integração de políticas, sustentabilidade socioambiental e na participação da sociedade.

Entre as ações desenvolvidas pela Sema estão o Plano Estadual de Recursos Hídricos (PLERH), que estabelece a política de gestão da água, priorizando a preservação, a qualidade e a quantidade, aliados à necessidade do uso racional e consciente para garantir a segurança hídrica.

A secretária Julie Messias reforça que houve também a implementação do Pacto pela Governança da Água. “Essa é uma ação coordenada pela Sema, em parceria com o Imac [Instituto de Meio Ambiente do Acre]. O acordo, estabelecido entre a ANA [Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico] e o Estado, visa estimular a articulação federal, estadual e distrital, com o propósito de fortalecimento, sinergia e integração das ações estratégicas na gestão das águas, que são de suma importância no que tange às políticas públicas dos recursos hídricos”, explica.

Sema é responsável pela implementação de políticas relacionadas à gestão das bacias hidrográficas e pelo monitoramento da qualidade da água. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Outra atividade coordenada pela Sema no Acre é o Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (Progestão), a partir de um incentivo financeiro do governo federal destinado aos estados para aplicação exclusiva em ações de fortalecimento institucional e gerenciamento de recursos hídricos, mediante o alcance de metas definidas.

Além disso, a Sema tem como atribuição a gestão hidrometeorológica, que monitora os recursos hídricos do Acre, a gestão da qualidade da água, contribuindo para a gestão sistemática dos recursos hídricos, por meio de dados sobre a qualidade das águas no estado e o apoio às gestões municipais de bacias hidrográficas, por meio de oficinas, treinamentos, cursos, palestras presenciais e virtuais e apoio aos planejamentos municipais.

Rio Acre, na capital do estado, em fevereiro de 2024. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Eventos extremos

A Sema subsidiou o Estado do Acre na tomada de decisões, com dados mapeados e qualificados gerado pelo Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), durante a seca extrema do ano passado e também ao longo da cheia, este ano.

A gestora afirma que ano passado, com a união de diversas secretarias e órgãos, foi possível atuar no enfrentamento da seca e ainda conseguir bons resultados com a redução de alertas de desmatamentos e focos de queimadas.

Rio Acre, na capital do estado, em setembro de 2023. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

“Este ano tivemos uma cheia que afetou 19 dos 22 municípios acreanos. Estamos analisando dados meteorológicos, padrões climáticos e históricos de eventos similares para tentar nos antecipar e nos munir de informações. É importante que as diversas instituições governamentais estejam mobilizadas para que juntos, sob o comando do governador Gladson Cameli, formemos estratégias de mitigação e adaptação”, acrescenta.

A Água nos Une, o Clima nos Move

A água que nos une também nos move a cuidar dela e do clima. No Acre, o Dia Mundial da Água é mais do que uma data, é um momento de reafirmar o compromisso com a vida, com a floresta e com as futuras gerações.

As políticas e ações do governo, em parceria com a população, são passos concretos em direção a um futuro em que a água continue a ser uma fonte de vida, cultura e união. Que o respeito pela natureza e a ação climática sejam os pilares de um mundo mais justo e sustentável.

São as águas que sustentam a vida, permitindo que a floresta respire e que os povos vivam com dignidade e mantenham suas tradições. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Com informações, Agência de Notícias do Acre