Luciano Silva chegou em janeiro como ‘presente’ de Natal ao Blendio Sinfín para a segunda jornada da Liga Plenitude Asobal. O clube cantábrico contratou o lateral-esquerdo brasileiro para reforçar uma linha de frente enfraquecida após a saída de seu compatriota João Guilherme Perbelini para o Mudhar, da Arábia Saudita. No entanto, após dois jogos disputados, ele ainda não conseguiu estrear com a equipe do Santander devido a um problema com sua transferência.
Silva jogou a primeira parte desta temporada pelo Al-Hada, da Arábia Saudita, clube com o qual rescindiu contrato. Anteriormente, o jogador brasileiro pertencia ao SL Benfica, que o emprestou ao Logroño La Rioja em março de 2023 até junho de 2024. Mas o brasileiro se despediu da equipe de La Rioja no final da temporada passada, rompendo seus laços com os clubes espanhóis e portugueses. Ele se tornou um jogador livre, como confirmam documentos oficiais.
Então, onde está o problema? Reside no fato de que, devido a um erro, Silva chegou emprestado à Arábia Saudita. Um problema administrativo e tanto, já que tanto Benfica quanto Ciudad de Logroño não tinham mais relação contratual com o jogador brasileiro. Por esse motivo, Sinfín não sabe a quem pagar por sua transferência. Nem mesmo a Federação Internacional e a Federação Europeia podem concordar, passando os “mortos” entre um e outro.
“Luciano rompeu com Logroño e Benfica, mas a transferência que chegou à Federação Saudita foi por empréstimo, algo que implicou um retorno. O problema é que o jogador estava livre. Há quem diga que tem de voltar para Portugal e outros para a Arábia Saudita, mas ninguém nos pode dizer onde pagar para resolver”
Rubén Garabaya, treinador do Sinfín
“Luciano rompeu com Logroño e Benfica, mas a transferência que chegou à Federação Saudita foi por empréstimo, algo que implicou um retorno. O problema é que o jogador estava livre, mas não tem destino de retorno. Há quem diga que tem de voltar para Portugal e outros para a Arábia Saudita, mas ninguém nos pode dizer onde pagar para o resolver. Não entendemos nada”, explica Rubén Garabaya, treinador do Sinfín, Marca.com resignado com esta situação.
Enquanto isso, o Endless está pagando por um jogador com o qual não pode contar, pois seu jogador está em uma espécie de limbo. “Benfica e Logroño não têm interesse no jogador, só no Sinfín. Temos um jogador no elenco, mas ele não pode jogar porque não tem contratação, porque não tem a transferência. A Federação Saudita diz que não pertence a eles e a IHF e a EHF passam a boiada. Só queremos que alguém faça a papelada necessária para que ele possa jogar”, acrescenta Garabaya, que compara o que aconteceu com o filme “O Terminal”.
Temos um jogador no elenco, mas ele não pode jogar porque não tem contratação, porque não tem a transferência. A Federação Saudita diz que não pertence a eles e a IHF e a EHF passam a boiada. Só queremos que alguém faça a papelada para que eu possa jogar
Mas este não é um longa-metragem, nem o protagonista desta história é Tom Hanks. A realidade é que Luciano Silva não conseguiu disputar duas jornadas da Liga Asobal com o Sinfín, que joga pela permanência no penúltimo lugar da tabela. “Estamos aguardando uma resposta há duas semanas. Toda a documentação confirma que seu vínculo empregatício foi rompido e por mútuo acordo. Ele chegou em uma transferência gratuita para a Arábia Saudita, mas por empréstimo, com data de retorno. Ele deveria ter retornado ao seu clube por empréstimo, mas estava livre”, conclui Garabaya.
Foto: DG AUDIOVISUALES – BM SINFÍN