O chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Patriarca Kirill, está entre os indivíduos que serão incluídos na proposta de sexta rodada de sanções da União Europeia (UE), segundo duas fontes que viram os documentos completos.
O projeto proposto foi enviado aos embaixadores correspondentes para revisão, disseram as fontes. Nesta fase, os nomes podem ser retirados ou adicionados a critério do estado-membro, disse uma fonte da Comissão da UE.
Na quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs uma série de medidas que também incluem a proibição do petróleo russo.
Em uma entrevista nesta semana, o papa Francisco criticou Kirill por endossar as razões declaradas da Rússia para invadir a Ucrânia, alertando-o para não se tornar “o coroinha de Putin”.
Em resposta, a Igreja Ortodoxa Russa disse que o papa Francisco usou o “tom errado” ao caracterizar seu encontro com o patriarca Kirill e chamou os comentários do papa de “lamentáveis.”
“Tais declarações não contribuem para estabelecer um diálogo construtivo entre a Igreja Católica Romana e a Igreja Ortodoxa Russa, que é particularmente necessário neste momento”, declarou o Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado Russo em comunicado.
O que a Rússia está dizendo: as sanções estão fora de sintonia com o “senso comum”, disse o porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, Vladimir Legoida, na quarta-feira (4), segundo a agência de notícias estatal russa TASS.
“Quanto mais indiscriminadas as sanções se tornam, mais elas perdem o contato com o senso comum e mais difícil se torna alcançar a paz, que é o que a Igreja Ortodoxa Russa reza em todos os cultos com a bênção de Sua Santidade o Patriarca, e assistência a todos os afetados pelo conflito ucraniano, servem apenas para afirmar suas palavras”, disse Legoida em um post do Telegram.
“Somente aqueles completamente ignorantes da história de nossa Igreja podem tentar intimidar seus clérigos e crentes compilando algumas listas”, disse Legoida.