O Departamento de Justiça dos EUA anunciou nesta quinta-feira que vai devolver mais US$ 92 milhões (cerca de R$ 483 milhões) para entidades que foram vítimas do Fifagate, como a própria Fifa, a Conmebol e a Concacaf.
Esse dinheiro foi confiscado por autoridades dos Estados Unidos junto a cerca de 50 ex-dirigentes e empresários, de mais de 20 países, que foram indiciados por envolvimento no caso de corrupção que estourou em 2015.
Entre os indiciados estão os ex-presidentes da CBF José Maria Marin, preso em 2015, e Marco Polo Del Nero, banido no futebol em 2018. Além deles, Ricardo Teixeira também foi citado nas investigações. Os três negam ter cometido os crimes dos quais foram acusados.
– Desde o início da investigação, um dos principais objetivos nossos foi ressarcir as vítimas – declarou o procurador-chefe do Distrito Leste de Nova York, Breon Peace, atual responsável pelo caso.
O valor anunciado nesta semana faz parte de um pacote ainda maior, de US$ 201 milhões (cerca de R$ 1,05 bilhão), a ser devolvido pelas autoridades americanas.
– Houve uma quantidade extraordinária de dinheiro fluindo entre dirigentes corruptos e empresas neste esquema. É gratificante saber que o dinheiro será usado em edução e investimento em futebol para mulheres – disse o diretor-assistente do FBI, Michael Driscoll.
Depois do escândalo, a FIFA, a Concacaf e a Conmebol fizeram auditorias internas em suas contas e se declararam vítimas para a Justiça dos EUA.
A Conmebol também recuperou US$ 38 milhões (quase R$ 200 milhões) que estavam em contas na Suíça controladas pelo ex-presidente Nicolas Leoz (morto em 2020), outro dirigente indiciado na investigação do Fifagate.