A Justiça do Reino Unido determinou que chamar um homem de careca em um ambiente de trabalho pode constituir assédio sexual.
A história foi publicada por jornais ingleses na quinta-feira (12).
O caso envolveu o eletricista Tony Finn, que trabalhou durante mais de 20 anos na empresa Bung Company na cidade de Sheffield, na Inglaterra, até ser demitido em maio do ano passado.
Depois de ser demitido, ele processou a empresa alegando, entre outras coisas, que havia sido vítima de assédio sexual de seu supervisor, Jamie King.
Finn afirmou que King o chamou de “otário careca” durante uma discussão em 2019. O eletricista disse ter ficado contrariado pelo comentário sobre a careca.
Os três juízes do caso debateram se essa agressão verbal era um insulto ou um assédio.
Os juízes acabaram decidindo que uma linha foi cruzada pelo supervisor ao fazer comentários sobre a aparência do empregado.
Para eles, o supervisor proferiu as palavras para violar a dignidade de Finn e criar um ambiente de trabalho intimidatório, hostil, degradante, humilhante ou ofensivo para o subordinado.
“Pela sua própria admissão, a intenção de King (o supervisor) era ameaçar Finn e insultá-lo. De acordo com nosso juízo, há uma conexão entre a palavra ‘careca’, por um lado, e características relativas ao sexo de outro”, escreveram os juízes.
A empresa argumentou que mulheres também podem ser carecas, e os juízes então afirmaram que a calvície é muito mais comum entre os homens.
“Nós consideramos que (a calvície) é inerentemente relacional ao sexo”, escreveram.
Eles compararam a situação a uma outra história, em que a Justiça condenou uma empresa porque um supervisor fez um comentário sobre o tamanho dos seios de uma funcionária.
A pena ainda não foi decidida.