Cruzeiro do Sul, Acre 23 de novembro de 2024 17:41

Incêndio é apagado na maior usina nuclear da Europa após avanço de tropas russas

Um enorme incêndio na zona da maior usina nuclear da Europa foi extinto nesta sexta-feira (4), e autoridades disseram que a usina, no sudeste da Ucrânia, estava operando normalmente depois que foi tomada por forças russas em um combate que causou alarme global.

Separadamente, um assessor presidencial disse que a Ucrânia interrompeu um avanço russo na cidade de Mykolayiv depois que as autoridades locais disseram que tropas russas entraram. Se capturada, a cidade de 500 mil pessoas no sul da Ucrânia – onde as forças russas fizeram o maior progresso até agora – seria a maior a cair até o momento.

Autoridades disseram que o incêndio no complexo de Zaporizhzhia ocorreu em um prédio do centro de treinamento, não na própria usina. Um funcionário da Energoatom, a empresa estatal que administra as quatro usinas nucleares da Ucrânia, disse que não houve mais confrontos, o fogo foi extinto, a radiação estava em níveis normais e as forças russas estavam no controle.

“Os funcionários estão em seus postos de trabalho provendo a operação normal da estação”, disse esse funcionário à Reuters em uma mensagem.

Ele disse que sua organização não tinha mais comunicação com os gerentes da usina, controle sobre a situação de radiação lá ou supervisão de material nuclear potencialmente perigoso em seus seis reatores e cerca de 150 contêineres de combustível gasto.

O Ministério da Defesa da Rússia também disse que a planta estava funcionando normalmente. Ele atribuiu o incêndio a um “ataque monstruoso” de “sabotadores” ucranianos e disse que suas forças estavam no controle.

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, Rafael Grossi, disse que a usina não foi danificada pelo que ele acreditava ser um projétil russo. Apenas um reator estava funcionando, com cerca de 60% da capacidade.

Ele descreveu a situação como ainda tensa, acrescentando: “Não há nada de normal nisso”.

Um vídeo da usina verificado pela Reuters já havia mostrado um prédio em chamas e uma saraivada de projéteis, antes que uma grande bola incandescente iluminasse o céu, explodindo ao lado de um estacionamento e enviando fumaça por todo o complexo.

A perspectiva de que a luta pudesse causar um desastre nuclear em potencial havia derrubado os mercados financeiros mundiais.

O controle da Rússia sobre uma usina que fornece mais de um quinto da eletricidade da Ucrânia foi um grande desenvolvimento após oito dias de guerra em que outros avanços russos foram paralisados ​​por uma resistência feroz.

A secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, e outras autoridades ocidentais disseram que não havia indicação de níveis elevados de radiação.

“Europeus, por favor, acordem. Digam a seus políticos que as tropas russas estão atirando em uma usina nuclear na Ucrânia”, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy em um discurso em vídeo. Em outro discurso, ele pediu aos russos que protestassem.

Acredita-se que milhares de pessoas foram mortas ou feridas e mais de 1 milhão de refugiados fugiram da Ucrânia desde 24 de fevereiro, quando o presidente russo, Vladimir Putin, lançou o maior ataque a um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

Forças russas avançando de três direções cercaram cidades ucranianas, atacando-as com artilharia e ataques aéreos. Moscou diz que seu objetivo é desarmar seu vizinho e capturar líderes que chama de “neonazistas”. A Ucrânia e seus aliados ocidentais chamam isso de pretexto infundado para uma guerra para conquistar o país de 44 milhões de pessoas.

A Rússia já havia capturado a extinta usina de Chernobyl ao norte de Kiev, que expeliu resíduos radioativos sobre grande parte da Europa quando derreteu em 1986. A usina de Zaporizhzhia é um tipo diferente e mais seguro.