A Fiocruz divulgou nesta quinta, 19, nova edição do Boletim Observatório Covid-19, que reforça a preocupação com a estagnação da vacinação entre pessoas adultas no Brasil, e destaca a desaceleração da curva de cobertura da terceira dose. Segundo a Fiocruz, para pessoas acima de 25 anos, a média nacional é de 80% de cobertura da segunda dose, mas há diferenças importantes entre os Estados: São Paulo tem 86% e o Piauí, 85%, enquanto Roraima tem 51% e o Amapá, 50%. O estudo indica que 14 unidades federativas apresentam mais de 80% da população vacinada com a primeira dose e 18 apresentam mais de 70% com a segunda dose.
Em relação às faixas etárias, os dados mostram que a terceira dose nos grupos mais jovens segue abaixo do considerado satisfatória. A análise aponta cobertura de 63,9% na faixa etária de 55 a 59 anos, 57,9% na de 50 a 54 anos, 52,8% de 45 a 49 anos. O percentual diminui gradualmente: a partir de 40 a 44 anos é de 49,8%, de 35 a 39 anos é de 44,7%, de 30 a 34 anos é de 40,3%, de 25 a 29 anos é de 35,5%, de 20 a 24 anos é de 30,4% e de 18 a 19 anos é de 25,2%. A quarta dose, recomendada para idosos, também tem baixa adesão até o momento: na faixa etária de 80 anos e mais é de 17,7%, de 75 a 79 anos é de 12,4%, 70 a 74 anos é de 12%, de 65 a 69 anos é de 6,4% e de 60 a 64 anos é de 3,4%.
“É importante reconhecer que a ampliação da vacinação, priorizando especialmente regiões com baixa cobertura e doses de reforço em grupos populacionais mais vulneráveis, pode reduzir ainda mais os impactos da pandemia sobre a mortalidade e as internações”, afirmam os autores do boletim. “O cenário atual ainda é motivo de preocupação. A ocorrência de internações tem sido consistentemente maior entre idosos, quando comparados aos adultos. Além disso, o surgimento de novas variantes, que podem escapar da imunidade produzida pelas vacinas existentes, constitui uma preocupação permanente”, explicam, antes de acrescentar que é importante reforçar a vacinação em momento que as máscaras não são incentivadas e os passaportes vacinais deixam de ser exigidos. O boletim informa que, nas últimas três semanas epidemiológicas, período de 24 de abril a 14 de maio, foram registrados cerca de 16 mil casos e 100 óbitos diários, o que corresponde a uma taxa de letalidade de 0,7%, alcançando os menores valores estáveis desde o início da pandemia.