Cruzeiro do Sul, Acre 24 de novembro de 2024 06:34

Falha em sistema de dados pode resultar em aumento dos casos de Covid-19 com relaxamento dos cuidados, alerta especialista

Sesacre suspendeu divulgação diária do boletim do coronavírus no sábado (8) e só deve retornar nesta segunda-feira (10)

A falha no ConectSUS que deixou os acreanos sem acesso ao cartão de vacinação e gerou a falta de atualização no painel de vacinação do Acre, também tem prejudicado a divulgação do boletim da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (Sesacre), que foi suspenso neste final de semana, e pode acabar influenciando no aumento de casos de Covid-19, alerta a infectologista Gabriela Cordeiro de Carvalho.

“Nós estamos numa crescente de casos de doenças respiratórias que muita gente atribui a um resfriado comum, a influenza e pode ser que não. Nós, muitas vezes, não sabemos diferenciar os sintomas de um e de outro. Então, a informação do boletim precisa acontecer para que a população se conscientize”, alerta.

O aplicativo e o site do ConecteSUS ficaram indisponíveis para a emissão do Certificado Nacional de Vacinação Covid-19, que é exigido para acessar órgãos públicos e outros estabelecimentos entre os dias 10 a 23 de dezembro quando voltou, mas com instabilidade, após 13 dias fora do ar.

Além da falta de atualização das doses de vacinas aplicadas contra a Covid-19, quando o governo estendeu a obrigatoriedade da máscara no estado, o Comitê de Acompanhamento Especial da Covid-19 alertou que havia uma subnotificação de casos devido à instabilidade nos sistemas Sivep-Gripe, ConecteSUS, e E-SUS Notifica, que ocasionou a indisponibilidade das bases de dados do Ministério da Saúde.

Neste final de semana, a divulgação diária do boletim do coronavírus ficou prejudicada e não houve boletim, que deve retornar nesta segunda-feira (10).

Em nota, a Sesacre, por meio do Centro de Informações Estratégicas Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), informou que a suspensão ocorre por causa de instabilidade do sistema de notificação ESUS-VE e da dificuldade que a equipe técnica está tendo com a consolidação dos dados de Covid-19, referente aos testes de RT-PCR e Testes Rápidos de antígeno.

Com isso, segundo a nota, os números de casos positivos e óbitos permanecem de acordo com os dados divulgados na sexta-feira (7). O número de infectados segue em 88.403 e o de mortes em 1.852.

Ministério da Saúde rebate

O Ministério da Saúde informou que a integração entre os sistemas locais e a rede nacional de dados foi restabelecida na última sexta-feira (7). Destacou ainda que isso não deveria ter interferido nos dados da vigilância epidemiológica de síndromes agudas respiratórias, incluindo a Covid-19.

“Desde então, as informações inseridas pelos estados e municípios nos sistemas estão retornando gradualmente às plataformas nacionais, possibilitando que os dados de saúde possam ser acessados por todos os usuários. A pasta esclarece que a instabilidade nos sistemas não interferiu na vigilância epidemiológica de síndromes agudas respiratórias, incluindo a Covid-19. O Ministério da Saúde continua realizando o monitoramento no Brasil para tomada de decisões frente ao atual cenário”, destaca.

Doenças respiratórias

Gabriela afirma que os aumentos dos casos de doenças respiratórias podem ser reflexo das festas de final de ano. Desde o final de dezembro o estado acreano vive um surto de síndrome gripal e consequente aumento nos atendimentos em unidades hospitalares.

“É bem provável que isso seja em decorrência das festas de final de ano, na qual houve, sem dúvidas, um período de aglomeração maior entre as pessoas e agora a gente vem sofrendo um pouquinho das consequências disso. A atualização de casos, as informações de etiquetas respiratórias do uso de máscara, evitar aglomerações”, acrescentou.

A especialista disse ainda que pacientes que apresentam sintomas respiratórios devem ser isolados. “E reforçar a importância da vacinação para nossa população, então são medidas que precisam ser feitas juntamente com a divulgação dos novos casos do boletim epidemiológico do estado.”

A infectologista pontua que a informação leva a população a aumentar os cuidados de prevenção e proteção.