Membros de uma mesma família de um seringal localizado à margem do Rio Muru, a cerca de três horas de barco de Tarauacá, viveram momentos de terror na noite de segunda-feira (11), quando cerca de 25 homens armados, membros de uma facção formada por índios de etnia Kaxinawá e brancos, invadiram a propriedade.
Depois de disparar mais de 100 tiros, eles expulsaram os moradores que foram obrigados a fugir para a mata, dentre eles está um bebê de apenas três anos. A matriarca da família, Neuda de Lima, de 71 anos de idade, foi feita refém dos bandidos, que atearam fogo nas três casas existentes no local, roubando porcos, galinhas, armas de caça, gado e outros.
Depois de ser maltratada, dona Leuda foi colocada em um barco. De acordo com a idosa, em Tarauacá não obteve o apoio necessário do delegado local, que alegou não ter pessoal suficiente para atender esse tipo de ocorrência.
Familiares a trouxeram para Rio Branco. De acordo com o Secretário de Justiça e Segurança Pública, Paulo Cézar Santos, uma equipe especial da Polícia Civil de Rio Branco se deslocará para Tarauacá para resolver a situação. Segundo ele, policiais militares já foram ao local e constataram que realmente as casas foram incendias.
A maior preocupação de dona Neuda Lima, que permanecia em Rio Branco até a tarde de quarta-feira, eram com seus familiares que continuam no meio do mato com medo dos bandidos. São mais de 15 pessoas, dentre eles um filho, a esposa e nove crianças, uma delas com apenas 3 meses de nascido.
Ainda estão com eles as famílias de dois sobrinhos, que também residiam no local. “Hoje fazem três dias. Eles podem não resistir à fome”, comentou a idosa que reside no seringal há 41 anos.