O Departamento de Estado dos Estados Unidos ordenou que todas as suas missões consulares no exterior iniciem uma verificação adicional de requerentes de visto que desejam viajar para a Universidade Harvard para qualquer finalidade, de acordo com um telegrama visto pela agência Reuters nesta sexta-feira (30).
Em uma mensagem datada de 30 de maio e enviada a todos os postos diplomáticos e consulares dos EUA, o secretário de Estado Marco Rubio ordena o início imediato de “verificação adicional de qualquer requerente de visto de não imigrante que pretenda viajar para a Universidade Harvard para qualquer finalidade”.
Tais requerentes incluem, entre outros, futuros estudantes, professores, funcionários, contratados, palestrantes convidados e turistas, segundo o telegrama.
Ainda de acordo com a ordem, a Universidade Harvard falhou em manter “um ambiente de campus livre de violência e antissemitismo”.
Assim, as medidas de verificação reforçadas visam ajudar os funcionários consulares a identificar requerentes de visto “com históricos de assédio e violência antissemita”.
Embora os EUA já tenham exigido uma verificação adicional de candidatos a vistos de determinados países, aplicar tais procedimentos contra Harvard parece ser um uso sem precedentes do processo de visto contra uma universidade que possui conflitos com o governo.
As medidas adicionais para requerentes de visto vinculados a Harvard foram noticiadas pela Fox News, mas o telegrama em si não havia sido divulgado anteriormente.
O Departamento de Estado não comenta seus documentos ou comunicações internas, disse um porta-voz quando questionado sobre o telegrama.
Entenda o conflito entre Trump e Harvard
O governo de Donald Trump lançou ataques e adotou medidas contra a universidade de Harvard, a mais antiga e rica do país, congelando bilhões de dólares em bolsas e outros financiamentos.
Também propôs o fim da isenção fiscal da instituição e abriu uma investigação para apurar se houve discriminação contra funcionários ou candidatos a empregos que sejam brancos, asiáticos, homens ou heterossexuais.
Trump alega que as principais universidades do país são berços de movimentos antiamericanos.
O governo dos EUA chegou a revogar a permissão de Harvard para matricular estudantes estrangeiros, mas a medida foi bloqueada por um juiz federal posteriormente.
Harvard argumenta que o governo Trump está retaliando a instituição por se recusar a atender às suas exigências de controle da governança da escola, do currículo e da ideologia de seu corpo docente e alunos.