O embaixador russo na Polônia, Sergei Andreev, foi encharcado de tinta vermelha enquanto tentava colocar uma coroa de flores no cemitério de soldados soviéticos em Varsóvia, informou a agência de notícias estatal russa RIA Novosti nesta segunda-feira.
A guerra na Ucrânia lançou uma sombra sobre o Dia da Vitória deste ano, quando Moscou homenageia os 27 milhões de cidadãos soviéticos que perderam a vida na Segunda Guerra Mundial. A Polônia, um forte defensor da Ucrânia em sua resistência à invasão da Rússia, se opôs a qualquer comemoração em grande escala.
Imagens de vídeo postadas no Twitter mostraram os manifestantes, alguns com bandeiras ucranianas, cercando a delegação russa e cantando “fascistas” antes que o embaixador fosse mergulhado na substância vermelha, veja abaixo.
O embaixador Sergey Andreev disse a repórteres que ele e sua equipe não ficaram gravemente feridos no incidente, informou a agência de notícias TASS.
“Faremos um protesto formal”, disse ele. “Quando eles recomendaram que não realizássemos um evento maior, nós os encontramos no meio do caminho, tentamos não piorar a situação.”
Referindo-se ao incidente, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, alegou via Telegram que “os fãs do neonazismo mais uma vez mostraram seu rosto – e é sangrento”.
“A demolição de monumentos aos heróis da Segunda Guerra Mundial, a profanação de sepulturas e agora a interrupção da cerimônia de colocação de flores em um dia santo, celebrada por toda pessoa decente, prova o óbvio – o Ocidente estabeleceu um curso para a reencarnação do fascismo”, disse ela.
No início do dia, as palavras “Mate Putin” foram encontradas escritas em azul e amarelo, as cores da bandeira ucraniana, em um monumento no cemitério, informou a emissora privada TVN24. A pichação foi posteriormente removida.
Um manifestante entrevistado pela TVN24 disse que era bom que o embaixador estivesse coberto de vermelho.
“Com todo o nosso coração, estamos com Mariupol”, disse ela, referindo-se à cidade do sudeste da Ucrânia que foi devastada pela guerra.
Mais de três milhões de ucranianos fugiram para a Polônia desde que a guerra começou em 24 de fevereiro.
A Polônia, sede do sindicato Solidariedade, que desempenhou um papel fundamental na derrubada do comunismo na Europa Central e Oriental, há muito tem uma relação tensa com a Rússia e é defensora de duras sanções contra Moscou por sua invasão da Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, enviou suas tropas para a Ucrânia no que ele chama de “operação militar especial” para desmilitarizar e “desnazificar” a Ucrânia. A Ucrânia e o Ocidente dizem que Putin lançou uma guerra de agressão não provocada.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Polônia disse que não tinha comentários imediatos sobre o incidente. Um porta-voz da polícia não pôde ser encontrado imediatamente para comentar.
*com informações da Reuters