O diretor da escola de samba Em Cima da Hora chegou para depor na tarde desta terça-feira (26) na 6ª DP (Cidade Nova). Flávio Azevedo da Silva chegou acompanhado do advogado e de quatro seguranças.
Ele será ouvido no caso do acidente que matou a menina Raquel Antunes da Silva, de 11 anos, que morreu após ser imprensada entre o poste e uma alegoria da Em Cima da Hora na dispersão do Sambódromo, na Rua Frei Caneca.
O motorista do caminhão-guincho responsável por conduzir o carro alegórico da escola de samba também foi intimado para ser ouvido nesta terça.
Mãe da menina foi ouvida
A mãe de Raquel prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (25). Marcela Portelinha chegou acompanhada na delegacia e seu depoimento durou até 15h45.
“Já ouvimos várias testemunhas que estavam presentes e que nos trouxeram alguns elementos importantes para a investigação. São pessoas que perceberam o momento do fato, o acidente e elas relataram o perigo iminente que estava ocorrendo ali”, comentou a delegada Maria Aparecida Mallet, responsável pelo caso.
O acidente e a cirurgia
A menina morreu na sexta-feira (23), três dias após ter sido imprensada entre um carro alegórico e um poste na dispersão do primeiro dia de desfiles na Sapucaí
Raquel teve uma perna amputada e ficou internada por dois dias em estado gravíssimo no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio.
Durante cirurgia para amputação da perna, Raquel sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela também teve traumatismo no tórax e respirava por aparelhos. Segundo funcionários da unidade, ela teve uma hemorragia interna.
Testemunhas contaram que a menina subiu no carro alegórico da Em cima da Hora, que estava parado na rua Frei Caneca, a 200 metros do portão da Marquês de Sapucaí. Quando o veículo começou a ser empurrado, a menina foi imprensada contra um poste.
A delegada Maria Aparecida Mallet, que investiga a morte de Raquel, disse que imagens de câmeras de segurança contradizem o que o motorista do carro alegórico afirmou em depoimento.
Segundo Mallet, várias crianças estavam brincando próximo ao veículo — ao contrário do que disse o condutor na delegacia.
À polícia, o motorista, que não teve a identidade revelada, disse que não viu crianças em cima do carro, deu a partida e prosseguiu com o reboque da alegoria. Câmeras de segurança, entretanto, indicam o contrário, que naquele momento havia várias crianças no carro, não apenas Raquel.
O caso, a princípio, é investigado com sendo homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo a delegada, ainda é prematuro apontar culpados.
Na última sexta-feira (26), a Polícia Civil apreendeu o carro abre-alas da escola de samba Em Cima da Hora.
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