Os segmentos de vestuário e saúde contribuíram para que o ano de 2022 fechasse com alta de 6,3% no custo de vida na Grande São Paulo. O cenário pressionou a inflação, ainda que em menor nível, reduzindo o poder de compra das famílias. O dado é do levantamento mensal Custo de Vida por Classe Social, elaborado pela Federação do Comércio de Bens e Turismo de São Paulo. O assessor econômico da Fecomercio Guilherme Dietze explica que o disparo de preços de insumos como algodão e poliéster impactou na área do vestuário. Além disso, o aumento da demanda provocado pela retomada das atividades do dia a dia em 2022 também contribuiu para a alta dos preços. “Esse aumento da inflação, seja em 2021 e 2022, foi uma combinação de fatores. O aumento de custo da oferta, por problemas logísticos de cadeia global e ao mesmo tempo a recuperação da demanda, com mais gente comprando, o que pressiona os preços na ponta, como foi o caso de vestuário, que subiu 16% em 2022”, analisa Guilherme.
Entre os itens que mais encareceram, estão os vestidos (41,67%), calças femininas (28,5%) e calças infantis (24,38%). No segmento da saúde, os medicamentos, produtos de higiene e beleza pesaram mais para o consumidor. Pelo quarto ano seguido, o grupo de alimentos e bebidas pontou elevação, sendo o que mais pesa no orçamento das famílias na região metropolitana, segundo a Fecomercio. Houve aumento superior a 10%, o que sobrecarregou, especialmente, as famílias de baixa renda. “Eu costumo fazer assim: Pego algumas coisas e mudo a marca, procuro as promoções para tentar manter aquelas coisas que a gente gosta e algumas a gente tenta eliminar”, diz a vendedora Tânia Teixeira. Guilherme, da Fecomercio, ressalta que a alta não foi generalizada, mas atingiu vários grupos, como hortaliças, verduras, frutas, pescados e carnes. “Foi um ano muito difícil para o consumidor, porque não houve aquele efeito substituição, porque todos os itens foram subindo”, continuou Guilherme. Para 2023, a Fecomercio espera uma queda no custo de vida para quem vive em São Paulo, ressaltando que deve haver “um equilíbrio melhor” em decorrência das questões pontuais.
*Com informações da repórter Soraya Lauand