Em Sena Madureira, Rio Iaco está 40 centímetros acima do alerta e há dois abrigos sendo montados. Em Taraucá, após 36,20 milímetros de chuva, rio está com quase um metro acima da cota de alerta.
Com as chuvas que atingiram todo o Acre nas últimas horas, os níveis dos rios subiram e em cinco cidades as águas já ultrapassam as cotas de alerta. Entre elas estão: Rio Branco, Jordão, Sena Madureira, Tarauacá e Cruzeiro do Sul.
Em Sena Madureira, o nível do Rio Iaco marcou 14,40 metros na medição das 11h30 desta segunda-feira (21). Com isso, o manancial está 40 centímetros acima da cota de alerta e a 8 centímetros de atingir a cota de transbordo.
Conforme o Corpo de Bombeiros na cidade, somente algumas ruas do bairro Praia do Amarílio estão atingidas pelas águas, mas ainda não houve necessidade de remoção de famílias.
A prefeitura da cidade se reuniu nesta segunda para discutir as ações do plano de contingência de 2022, que visa prestar assistência às famílias que venham a ser afetadas pela cheia do Rio Iaco.
Dois locais já começaram a ser preparados para se tornarem abrigos no caso de famílias desabrigadas, que são o Ginásio Hermilton Gadelha Pessoa, e o ginásio da Escolas Messias
Tarauacá
Na cidade de Tarauacá, o rio que leva o mesmo nome também está com nível quase um metro acima da cota de alerta. Segundo os dados da Defesa Civil Municipal, o manancial marcou 9,40 metros na medição das 12h desta segunda (21), sendo que a cota de alerta é de 8,50 metros.
Ainda segundo os dados, em três horas, o nível do rio subiu 40 centímetros e se aproxima já da cota de transbordo, que é de 9,50 metros. Nas últimas 24 horas foi registro um volume de 36,20 milímetros de chuva na cidade.
Apesar da cheia, ainda não há famílias desabrigadas na cidade. Segundo as informações, somente algumas casas do bairro Senador Pompeu estão atingidas pelas águas.
Cruzeiro do Sul
O Rio Juruá deu sinais de vazante nas últimas 24h, mas ainda continua com nível acima da cota de alerta, que é de 11,80 metros, em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre. Segundo dados da Defesa Civil Municipal, o manancial marcou 11,88 metros às 6h desta segunda (21), sendo que no mesmo horário no domingo (20) estava com 12,28 metros.
Cerca de 250 famílias estão atingidas na cidade, com água nos quintais, o que atrapalha a locomoção dos moradores. Ainda não foi preciso retirar nenhuma família de suas residências, mas que o órgão monitora as áreas de risco.
Na cidade, em 48 horas choveu cerca de 55 milímetros e a previsão é que a partir de quarta-feira (23) o rio volte a subir. Entre os bairros já atingidos em Cruzeiro do Sul estão: Lagoa, Miritizal, Várzea e Cruzeirinho.
Jordão
O município com situação mais crítica até o momento é o Jordão, um dos considerados isolados no Acre. Segundo dados da Defesa Civil Estadual, cerca de 60% do município está atingido pela subida dos rios Jordão e Tarauacá.
Na cidade, as águas dos rios Jordão e Tarauacá se unem durante a cheia. A cota de alerta é de 7 metros e a de transbordo é de 7,50 metros. Segundo dados da Defesa Civil, o nível das águas na cidade chegou a 8,75 metros nesta segunda-feira (21).
Bairros atingidos:
• Kaxinawá
• Alfredo Suero Sales
• Centro
• Bairro Novo
O coordenador da Defesa Civil do Acre, coronel James Joyce Gomes, disse que está no Jordão acompanhando os trabalhos e que o órgão faz o cadastro das famílias. Segundo dados, cerca de 74 famílias estão desabrigadas.
A Energisa Acre informou que, por conta da cheia dos rios no Jordão, foi preciso interromper o fornecimento de energia de cerca 400 clientes no Centro do município. Isso porque, as águas já atingiam níveis que colocam em risco a segurança dos moradores e dos profissionais que estão atuando nos auxílios aos desabrigados.
Rio Branco
Na capital acreana, a situação não é diferente. O Rio Acre ultrapassou a cota de alerta, que é de 13,50 metros e na medição das 12h marcou 13,89 metros. A cota de transbordo 14 metros.
A Defesa Civil Municipal de Rio Branco já iniciou a limpeza do Parque de Exposições Wildy Viana para abrigar pessoas, caso o Rio Acre continue subindo.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, diz que as chuvas se intensificaram, agravando a situação de algumas famílias que moram em áreas de risco. Até esta segunda, uma família do bairro Seis de Agosto foi desalojada – encaminhada para casa de família.
O parque de exposições deve atender 200 família, o que dá em torno de 800 a mil pessoas, segundo o coordenador. Falcão diz que a capacidade do parque é maior, mas, devido à pandemia do coronavírus, é preciso pensar em outros locais que possam se tornar abrigos – como escolas, prédios públicos. Famílias começam a ser desabrigadas quando o rio ultrapassa 14 metros.
Sob alerta
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu mais dois alertas de fortes chuvas – uma amarelo e outro laranja. A previsão é de chuvas fortes até a manhã desta terça-feira (22).
O alerta de perigo é de chuvas de 30 e 60 mm/h ou 50 e 100 mm/dia, ventos intensos (60-100 km/h). Risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.
Instruções:
• Em caso de rajadas de vento: (não se abrigue debaixo de árvores, pois há risco de queda e descargas elétricas e não estacione veículos próximos a torres de transmissão e placas de propaganda)
• Se possível, desligue aparelhos elétricos e quadro geral de energia.
• Obtenha mais informações junto à Defesa Civil (telefone 199) e ao Corpo de Bombeiros (telefone 193).