Cruzeiro do Sul, Acre 26 de novembro de 2024 05:26

Cenário pós-Carnaval será determinante para definir futuro da pandemia

Os próximos 15 dias serão muito importantes para definir o futuro da pandemia de Covid-19 no Brasil. Apesar do Carnaval 2022 não estar sendo de aglomerações em espaços públicos, muitas pessoas estão aproveitando o feriado em festas particulares ou viajaram para outras cidades.

O saldo de casos que surgirá daí será um dos principais indicadores para definir se a Covid passará para o estágio de endemia no país.

O Ministério da Saúde admite que se prepara para avaliar o assunto nos próximos dias. Em entrevista publicada pelo Metrópoles, a secretária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, afirmou que a discussão será iniciada com os secretários estaduais e municipais de saúde e com quadros técnicos da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) nas próximas semanas.

A mudança no status de pandemia para endemia vem ocorrendo em alguns países da Europa, como a Dinamarca e o Reino Unido. Na prática, o rebaixamento de pandemia para endemia significa que o vírus Sars-CoV-2 será considerado como uma ameaça manejável – capaz de ser gerenciada pelo sistema de saúde brasileiro.

Caso ocorra, a alteração de pandemia para endemia permitirá o fim de medidas restritivas, como a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo de Covid para entrada no país, a exigência do uso de máscaras de proteção facial e a proibição para a realização de grandes eventos.

Janela de oportunidade

Especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmam que o Brasil tem uma “janela de oportunidade” para controlar o vírus e, dessa maneira, passar para o estado de endemia. O avanço da campanha de vacinação e a imunidade adquirida pela recente onda de Ômicron resultam em uma menor circulação do vírus nos próximos meses.

Entretanto, existe o temor que após o feriado de Carnaval o número de novos casos volte a subir, assim como ocorreu após as festas de fim de ano, quando um novo pico de infecções foi verificado a partir da segunda semana de janeiro.

“Nós acabamos de testemunhar um grande aumento de número de casos e óbitos em janeiro, que tem em suas raízes a entrada da Ômicron e a dinâmica das festas de fim de ano, onde houve muita aglomeração e as pessoas relaxaram. A tendência é isso se repetir”, alerta o sanitarista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Claudio Maierovitch.

Na última edição do Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgada na quinta-feira (24/2), os pesquisadores sugeriram uma forte adesão às medidas de proteção para que a “janela de oportunidade” seja mantida.

“Assim como em outros países, que estão em estágios mais avançados em relação à evolução da pandemia, é necessário manter, por mais algumas semanas, as medidas de proteção, evitar aglomerações, ambientes fechados e mal ventilados, usar máscaras e ter cuidados de higiene redobrados”, afirmaram.

Na próxima sexta-feira, três dias depois do fim do Carnaval, a procura por exames de Covid será um dos termômetros do que teremos pela frente.