Um dia após Joe Biden anunciar que vai ajudar Taiwan caso os chineses resolvam tomar o território a força, Rússia e China mandaram um recado militar nesta terça-feira, 24, para os Estados Unidos. Dois caças russos e dois chineses, ambos bombardeiros com capacidade de emprego nuclear, sobrevoram o mar do Japão e chegaram a invadir a zona de defesa aérea coreana. “Dois bombardeiros chineses se uniram a dois bombardeiros russos no Mar do Japão e realizaram um voo conjunto no Mar da China Oriental”, informou o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi. Os caças também entraram e saíram da Zona de Identificação de Defesa Aérea da Coreia (Korea ADIZ), o que fez as Forças Armadas da Coreia do Sul despacharem caças para “implementar medidas táticas” e se preparar para uma potencial contingência.
Uma ADIZ não é um espaço aéreo, trata-se de uma área onde os países podem exigir unilateralmente que aeronaves estrangeiras tomem medidas especiais para se identificarem, sem leis internacionais. Essa é a primeira vez que Rússia e China fazem uma patrulha conjunta desde que a guerra na Ucrânia começou. Apesar de pedir negociações de paz para que o conflito no Leste Europeu acabe, a China não criticou a Rússia pela invasão à Ucrânia. Essa patrulha conjunta, pode significar que os aliados militar estão mais unidos do que nunca.
Essa menagem foi enviada no momento em que o presidente dos EUA estava no Japão se reunindo com seus aliados contrários a Pequim na reunião Ásia-Pacífico para juntar um novo bloco econômico definido sem critérios muito rigorosos destinados a afrontar a dominância da China. “Estamos escrevendo novas regras para a economia do século 21″, afirmou Biden durante o lançamento do que ele intitulou como Ordenamento Econômico do Ásia-Pacífico. “Ajudaremos todas as economias dos nossos países a crescerem mais rapidamente e equitativamente”. Essa aliança vai aproximar os EUA de potências regionais como Japão, Coreia do Sul, Austrália e Índia.
Na segunda-feira, 23, Joe Biden, comprometeu-se com a defesa militar de Taiwan e advertiu que Pequim “flerta com o perigo”. As declarações foram feitas durante a visita oficial do norte-americano aos países asiáticos. O apoio militar oferecido pelos EUA podem envolver até o uso de armas. “É o compromisso que assumimos”, respondeu Biden quando questionado se Washington atuaria militarmente contra Pequim em uma possível invasão a Taiwan. “Concordamos com a política de uma só China, aderimos a ela (…) mas a ideia de que Taiwan pode ser tomada à força não é apropriada, deslocaria toda a região e seria outra ação semelhante a da Ucrânia”, disse Biden.