Na noite da última sexta-feira, 02, um incidente de agressão foi registrado no bairro da Cohab, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre.
Conforme Jackson, que trabalha como motorista de aplicativo (moto), ele estava sentado em um banco perto da parada dos mototaxistas quando um deles chegou e começou a agredi-lo. “Eu estava sentado na pracinha quando ele (o agressor) chegou mandando eu ir embora e me deu um soco no rosto. Ele me segurou pela gravata. Outros mototaxistas também chegaram no local e me cercaram”, conta.
Uma foto enviada ao site Juruá Comunicação mostra os lábios de Jackson Pontes de Matos com escoriações e sangramento.
Um boletim de ocorrência foi registrado na delegacia da cidade para as devidas providências. “Ontem foi comigo, mas amanhã pode ser um colega nosso”, acrescentou.
Relato de um mototaxista: “Sabe o porquê está acontecendo tudo isso? É culpa das autoridades. Cruzeiro do Sul virou uma bagunça! Todos que têm transporte fazem mototáxi clandestino. A gente paga nossos direitos e o pessoal se revolta porque as autoridades não tomam providências, a prefeitura e nem o Detran”, disse.
Adson Souza, presidente da Associação de Mototaxistas em Cruzeiro do Sul, explica que os mototaxistas são legalizados e estão sendo prejudicados pelo transporte clandestino.
“Até então, motorista de aplicativo (moto) não existe em Cruzeiro do Sul, o que existe é o transporte clandestino. A única categoria autorizada pelo poder público e pelas autoridades a prestar um serviço de transporte público com moto, chama-se mototaxista, não existe outro. Nós temos o respaldo das autoridades competentes e temos toda a documentação. Fazemos curso, temos que pagar taxa para o governo federal, estadual e municipal. Trabalhamos dentro da legalidade”, frisa.
“Ontem [sexta-feira] aconteceu que as pessoas que fazem transporte clandestino estão tão audaciosas com a negligência do poder público, principalmente da prefeitura, que estão indo arrumar confusão com os motoristas. O mototaxista estava no seu ambiente de trabalho, na sua parada. Até o próprio colega de profissão, para ficar em uma parada próxima, deve estar no mínimo 100 metros de distância de uma parada para outra. O profissional foi lá avisar que o homem não poderia ficar naquele local, pois é um local de trabalho deles e procurasse um lugar. O mototaxista apenas se defendeu da injusta agressão que estava sofrendo”, afirmou.
Ainda conforme Adson, neste sábado (3), o homem voltou à parada com outros motoristas clandestinos para intimidar o mototaxista. “Ele estava em seu ambiente de trabalho esperando seu passageiro quando foi surpreendido por aproximadamente 15 pessoas tentando agredi-lo. Após a ação, os dois foram encaminhados à delegacia de polícia e foram detidos”, relatou.
Em contato com o secretário de Trânsito da Prefeitura de Cruzeiro do Sul, Jonas Torres, ainda não há nenhum processo em andamento para legalizar os motoristas clandestinos. “É um projeto de lei de regulamentação que deve ser atuado pela Câmara Municipal de Vereadores ou proposta pelo executivo. O executivo ainda não tem nenhuma indicação de propor uma lei de regulamentação ou se algum vereador tem a intenção de colocar para a gestão, ainda não chegou”, disse Jonas.