Seleção brasileira estreia bem diante da fraca seleção panamenha, mas terá desafio maior na próxima rodada
Ary é a representação da evolução do Brasil no ciclo sob o comando de Pia Sundhage, que renovou metade do elenco, mas conta com larga experiência internacional. Se ainda não pode ser colocada na prateleira das maiores favoritas, a seleção certamente será competitiva contra qualquer adversária. Bem diferente do time de 2019, que também estreou com boa vitória sobre a então estreante Jamaica por 3 a 0, mas não transparecia tanta confiança para o futuro.
Qualquer análise da vitória desta segunda-feira, no entanto, vai ter a ponderação da fragilidade do Panamá. O ponto positivo é que o Brasil soube impor sua superioridade nos 90 minutos. Um dado reflete a disposição da equipe: em determinado momento, o time levava apenas sete segundos para recuperar a bola.
Ary fala sobre a influência de Marta
— Depois que você conhece a Marta como ser humano, você começa a admirar ainda mais e entende porque tratam ela como rainha. Ela é um exemplo dentro e fora de campo, e poder participar desse momento é muito especial. A camisa [com fotos da jogadora, usada na apresentação à seleção] foi uma singela homenagem, porque nem ela tem essa dimensão do quanto a gente admira ela. Ela nos motiva muito, e viveu muita coisa pra gente hoje colher alguns frutos. Então poder viver isso com ela é muito especial.
Ary comenta sobre hat-trick
— Fico muito feliz de fazer parte do grupo seleto de jogadoras que fizeram três gols em Copa do Mundo. Fica o agradecimento para as mulheres que abriram as portas para que eu pudesse fazer isso. Vai ser uma boa história para contar para os meus familiares.
Ary Borges fala sobre a emoção da estreia com gols
— O dia hoje foi cheio de emoções, foi um dia em que todos os altos e baixos de um ser humano que pensava em estrear em uma Copa poderia ter. Fiquei feliz, nervosa, chorei de alegria, estava muito ansiosa para começar o jogo. Se alguém me falasse que iria estrear com três gols daria risada da pessoa. Já estava emocionada no hino, e no momento mais importante do futebol eu não segurei, lembrei de tudo que eu fiz e passei para estar aqui.
Pia fala sobre tomada de decisão no último passe
— Não fui eu que ensinei, elas sabem fazer isso, elas são brasileiras e tem muitas ideias nas situações dos jogos. Houve situações que eu esperava um chute e passavam, situações imprevisíveis. Quanto mais as brasileiras se aproximam do gol, eu não ensino mais nada, falo mais quando elas estão mais longe do gol. No ataque, elas são um sucesso.
Ary Borges comemora hat-trick na estreia: ‘Dia mais feliz da minha vida’
— Hoje é um dos dias mais felizes da minha vida, não estava pronta para comemorar esses 3 gols. Nem nos meus sonhos eu poderia imaginar uma estreia em Copa assim. Estou muito feliz, mas é só o começo de uma caminhada bem longa que a gente tem. Foi um momento muito especial, mas vou comemorar descansando para o próximo jogo.
Pia fala sobre qualidade do elenco
— Acho que há detalhes ali que são decisivos em relação a uma jogadora ou outra. É um time muito competitivo com jogadoras excelentes, que se saíram muito bem. A forma com que a Bia joga e faz gols é exelcente, e a Geyse também. Falamos muito sobre trabalhar juntas, olhando para o banco vejo que as jogadoras estão positivas, mesmo que não joguem. O apoio até para a Ary, que fez os três gols e sentiu isso. Não é a ação de uma pessoa só, é o coletivo.