O Ministério da Defesa, através do ministro Paulo Sergio Nogueira, assinou – junto a 20 outros representantes de cargo similar nos países do continente – uma carta que apoia valores democráticos, princípios aliados à liberdade e com a promoção da paz, mas discordou de críticas direcionadas ao governo de Vladimir Putin. Chamada de “Declaração de Brasília”, o documento a qual a equipe de reportagem da Jovem Pan teve acesso conta com apoio de oito países americanos que reprovam de maneira incisiva a invasão do Kremlin à Ucrânia. Brasil, Argentina e México, porém, realizaram ressalvas e se posicionaram de maneira mais branda em relação às críticas para a Rússia. O trio argumenta que o foro adequado para condenações ao gigante do leste europeu seria a Organização das Nações Unidas (ONU) e não a Conferência de Ministros de Defesa das Américas (CMDA).
O posicionamento do Brasil refere-se a um entendimento diplomático do Ministério das Relações Exteriores sobre o tema. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre o tema com apoiadores, evitou tomar partido e afirmou estar “do lado da paz”. “Se eu tivesse como resolver a guerra, já teria resolvido”, disse. Na última semana, ao participar de uma entrevista ao canal de comunicações da ONU, o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) condenou o conflito entre os países no leste europeu e afirmou que o posicionamento do Brasil não é neutro em relação ao conflito. “Nós temos interesses tanto com a Ucrânia como com a Rússia, é uma questão de pragmatismo”, pontuou.