Políticos e influenciadores alinhados ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) relataram um salto no número de seguidores no Twitter após a plataforma ser comprada pelo bilionário Elon Musk. O crescimento, segundo o grupo mais próximo ao chefe do Executivo, é atribuído ao “fim da censura” na rede.
O presidente ganhou 65 mil novos seguidores em 24 horas, segundo a ferramenta de monitoramento Social Blade. A média anterior era de 4.500 novos seguidores a cada dia. Um crescimento de 1,447%. Atualmente, Bolsonaro conta com 7,7 milhões de seguidores na plataforma.
O mesmo movimento foi observado nos perfis dos filhos do chefe do Executivo. Carlos Bolsonaro (Republicanos) e Flávio Bolsonaro (PL) conquistaram, respectivamente, 17 mil e 15 mil seguidores em 24 horas. Eles costumavam ganhar mil seguidores no mesmo período. O crescimento é de, em média, 300%.
Já Eduardo Bolsonaro (PL) mostrou que ganhou 64 mil seguidores em dois dias. Segundo o deputado, o número é 27 vezes maior do que a média.
O ex-secretário da Cultura Mário Frias disse que ganhou dez vezes mais seguidores na segunda-feira (25). Em seu perfil na rede social, Frias mostrou que o número de seguidores saltou de 258.763 para 261.743 em 24 horas. “Chega a ser inacreditável a quantidade de seguidores que diversos perfis ganharam de ontem para hoje. Imaginem isso projetado em anos de censura. Nosso prejuízo é incalculável”, escreveu.
O mesmo foi relatado pelo ex-ministro do Turismo Gilson Machado. “Parabéns a todos do Twitter. Apesar de não ter postado nada hoje, foi o dia que mais ganhei seguidores. Será que estávamos sendo sabotados?”
Apesar de o Twitter ainda não ter se pronunciado oficialmente sobre a movimentação nos perfis dos aliados do presidente, o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) Alexandre Ramagem levantou a hipótese de o algoritimo favorecer determinados grupos ou pensamentos.
“Após anúncio da compra do Twitter, diversos perfis de direita tiveram aumento elevado de seguidores. Se há algoritmo bloqueador de perfis, está configurada censura à livre informação e expressão, vedada no texto constitucional”, comentou. “Se a ferramenta direciona parcialmente a determinado grupo ou pensamento, ainda pior, trata-se de estratégia clandestina de dominação ideológica totalitária, menosprezando e violando direitos individuais e coletivos.”
Dia 25/04/2022 foi anunciada a compra do Twitter por Elon Musk. Curiosamente, a partir daí passei a ganhar 27 vezes mais seguidores do que minha média.
Veja você o seu adicionando seu nome de usuário do Twitter ao final do link:https://t.co/BMI3pAph25 pic.twitter.com/1HvrJBQ1eR
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) April 27, 2022
MAMÃE DAMARES TÁ FELIZ! Ganhei um monte de seguidores nas últimas 24 horas. IUHUUUUUU! Eu só não consigo entender como uma rede social censurava uma senhorinha tão legal como eu!
— Damares Alves (@DamaresAlves) April 27, 2022
Os efeitos da compra do Twitter por Elon Musk são visíveis em diversos perfis de direita no Brasil.
Chega a ser inacreditável a quantidade de seguidores que diversos perfis ganharam de ontem para hoje. Imaginem isso projetado em anos de censura. Nosso prejuízo é incalculável! pic.twitter.com/moeUtGrCMU
— MarioFrias (@mfriasoficial) April 26, 2022
Parabéns a todos do Twitter.
Apesar de não ter postado nada hj,foi o dia que mais ganhei seguidores.
Será que estávamos sendo sabotados?— Gilson Machado Neto (@gilsonmachadont) April 26, 2022
1. Um fato: após anúncio da compra do Twitter, diversos perfis de direita tiveram aumento elevado de seguidores. Se há algoritmo bloqueador de perfis, está configurada censura à livre informação e expressão, vedada no texto constitucional.
— Alexandre Ramagem (@aramagem) April 26, 2022