O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (26) que há “interferência” e “manipulação” nos resultados das eleições e que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o PT “têm muito o que explicar” sobre a suposta veiculação desigual de inserções eleitorais em rádios.
“Aí tem dedo do PT. Não tem coisa errada no Brasil que não tenha dedo do PT. O que foi feito, comprovado por nós, pela nossa equipe técnica, é interferência, é manipulação de resultado. Eleições têm que ser respeitadas, mas lamentavelmente PT e TSE tem muito o que se explicar nesse caso”, disse o presidente durante um comício em Teófilo Otoni (MG).
A campanha de Bolsonaro encaminhou no início da noite da terça-feira (25) uma nova manifestação ao TSE sobre a denúncia de que rádios estariam priorizando inserções do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em detrimento às do atual presidente.
A manifestação encaminhada na terça-feira cita cerca de 700 inserções a mais a favor de Lula ― em entrevista à imprensa na noite de segunda (24), o ministro das Comunicações, Fábio Faria, havia falado em mais de 154 mil.
Nesta quarta-feira (26), o TSE exonerou o servidor Alexandre Gomes Machado, assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência e responsável pelo pool de emissoras e rádios.
Durante comício em Minas, Bolsonaro também comentou a exoneração. “Vocês têm acompanhado as inserções do nosso partido que não foram passados em dezenas de milhares de rádios pelo Brasil. Sou vítima mais uma vez. Onde poderia chegar as nossas propostas, nada chegou. E não será permitido a um servidor do TSE, que o TSE vai botar uma pedra nessa situação”, afirmou.
Em nota, o TSE disse que a exoneração “faz parte das alterações que o presidente da corte, Alexandre de Moraes, tem promovido em sua equipe após assumir o cargo”.
Machado disse à CNN que “estão tentando criar uma cortina de fumaça” sobre a exoneração.
A CNN procurou o TSE e o PT para que comentassem as falas de Bolsonaro. Até o momento da publicação deste texto, não houve resposta.