Uma beluga, que recebeu o apelido de “Hvaldimir” – que significa baleia em norueguês e ‘hval’ uma associação com a Rússia – e é considerada espiã da Rússia, foi avistada no domingo, 28, na costa sudoeste da Suécia, país que espera ser o próximo integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O animal – que apareceu pela primeira vez em 2019 na Noruega – estava usando arnês e teria sido treinado pela marinha russa, informou, na segunda-feira, 29, uma organização que acompanha a beluga, acrescentando que ela teria se movido lentamente pela metade superior da costa norueguesa, antes de acelerar repentinamente nos últimos meses. “Não sabemos por que ela acelerou tão rápido agora”, especialmente porque está se afastando “muito rapidamente de seu ambiente natural”, disse Sebastian Strand, biólogo marinho da organização OneWhale. “Pode ser que os hormônios o levem a encontrar uma companheira. Ou pode ser a solidão, já que as belugas são uma espécie muito social, pode ser que ele esteja procurando por outras baleias belugas”, continuou. Segundo Strand, a beluga, que tem em torno de 13 e 14 anos, está em uma idade em que seus hormônios estão muito altos.
O biólogo garantiu que Hvaldimir apresentava boas condições de saúde, mas a perda de peso do animal preocupa, porque eles desconfiam que ele não esteja conseguindo encontrar comida na Suécia. Estima-se que o animal não tenha visto nenhum outro de sua espécie desde abril de 2019 – população mais próxima está localizada no arquipélago de Svalbard, no extremo norte da Noruega. Os especialistas informaram que o arnês que estava sendo utilizado pelo animal tinha um suporte adequado para uma câmera de ação e as palavras “Equipamento São Petersburgo” impressas nos fechos de plástico, o que levou a organização a concluir que o animal provavelmente fugiu de um recinto e pode ter sido treinado pela marinha russa, o que até hoje nunca foi comentado pelos russos. O lugar em que o animal foi visto pela primeira vez, no Mar de Barents, é uma área geopolítica estratégica que permite o monitoramento dos movimentos de submarinos ocidentais e russos, além de ser a porta de entrada para a Rota do Norte que encurta as viagens marítimas entre os oceanos Atlântico e Pacífico.