Seguidos aumentos nos preços dos combustíveis impulsionam a venda de motos no Brasil. O setor avança 24% no quadrimestre, com 382 mil unidades, em relação a 2021 e não consegue atender a demanda e há fila de espera nas concessionárias. O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian, ressalta que a pandemia acelerou as entregas e o transporte individual, em uma tentativa de proteção à Covid-19. “Apesar do avanço expressivo da produção, a fila de espera para motocicletas de baixa cilindrada e scooters persiste. O tempo de espera é de cerca de 30 dias. No caso das motocicletas premium e uso misto, o estoque das concessionárias já foi normalizado”, acrescenta. A indústria fechou o primeiro quadrimestre com 440 mil motocicletas produzidas. A Abraciclo contabiliza um crescimento de 22% e diferente do setor automotivo, Marcos Fermanian explica que a produção não sofre com desabastecimento de peças e impactos da operação padrão da Receita Federal. “Nosso processo produtivo é bastante verticalizado e a maioria das peças é nacionalizada, o que reduz a dependência de fornecedores externos. Dessa forma, nosso setor é menos suscetível à falta de insumos. Até o momento, não registramos prejuízos significativos ao planejamento das produções”, completa. As linhas de montagem do polo industrial de Manaus fabricaram 112 motos em abril e houve retração de 17,5% na comparação com março e 7,8% em relação a abril de 2021.
–Com informações do repórter Marcelo Mattos