O procurador-geral do Irã, Mohammad Jafar Montazeri, anunciou a dissolução da polícia da moral após quase três meses de protestos desencadeados pela morte da curdo-iraniana Mahsa Amini, de 22 anos, detida por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país. “A polícia da moralidade não tem nada a ver com o Poder Judiciário” e foi suprimida, afirmou Montazeri neste sábado à noite, informou a agência de notícias ISNA neste domingo, 4. “A melhor maneira de enfrentar os distúrbios é prestar atenção às verdadeiras demandas do povo, em sua maioria relacionadas com questões de subsistência e econômicas”, afirmou o porta-voz da presidência do Parlamento, Seyyed Nezamoldin Moussavi. Visto como um gesto em direção aos manifestantes, o anúncio da abolição desta unidade ocorre depois que as autoridades anunciaram que estavam analisando se a lei de 1983 sobre o véu obrigatório precisava de mudanças. O anúncio foi recebido com ceticismo por parte dos iranianos nas redes sociais. Em uma delas, um usuário manifestou seu temor de que as funções dessa estrutura sejam, a partir de agora, assumidas por outro órgão parecido. Lembrou, ainda, da forte pressão que as próprias famílias exercem sobre as iranianas.