Cruzeiro do Sul, Acre 24 de novembro de 2024 22:33

Após cliente ser presa por desacato, advogada diz ter sido empurrada por PM em delegacia no AC: ‘Me desrespeitou’

Uma advogada de Rio Branco alega ter sido empurrada por um policial militar na Delegacia de Flagrantes (Defla) da capital acreana, na noite da última quinta-feira (8), ao ir à unidade para acompanhar uma cliente que havia sido presa por desacato no Bairro Pista, região da Baixada da Sobral. A casa onde ocorreu a abordagem pertence a parentes do goleiro Weverton, do Palmeiras.

Em nota, a Polícia Militar do Acre disse que a abordagem ocorreu enquanto os agentes procuravam um suspeito de furto, que seria parente da mulher detida. A PM-AC alega ainda que os agentes teriam sido agredidos verbalmente e por isso deram voz de prisão. As imagens devem ser analisadas pela corregedoria da instituição.

Helane Christina não se pronunciou sobre o caso, mas encaminhou ao g1o boletim de ocorrência. No documento, a advogada diz que chegou à unidade e se dirigiu à sala da PM, um espaço reservado na Defla. Ela afirmou que tinha direito de permanecer no local, e durante a discussão teria sido empurrada pelo policial Manoel Ribeiro do Nascimento Neto. A Comissão de Prerrogativas da OAB/AC foi acionada e acompanha o caso.

“Eu cheguei e abri o portão, disse que era advogada e queria acompanhar minha cliente. Os policiais levantaram e disseram que eu não poderia ficar no recinto. Expliquei tudo, falei que poderia mostrar a lei, eu tenho direito, desde o momento que minha cliente estiver aqui eu posso acompanhar”, relatou.

Ainda conforme o B.O., outros policiais que estavam no local tentaram acalmar a situação, e apenas Neto teria seguido exaltado. A advogada relata ter dito que não queria prejudicá-los, apenas acompanhar a cliente.

“Ele foi o único que me desrespeitou e disse que minha sala era do outro lado e eu não tinha direito de estar lá dentro, a sala era só da PM, eu expliquei que só queria acompanhar e não queria interferir no serviço deles”, disse.

O policial envolvido na discussão foi interrogado pelo delegado Rafael Távora, mas preferiu se manter em silêncio. O g1 não conseguiu contato com o policial.

Vídeo mostra empurrões e gritos durante abordagem da PM — Foto: Reprodução

Vídeos mostram confusão

VÍDEO.

A advogada também repassou ao g1 vídeos que mostram o momento da chegada da PM à casa da família de Weverton, e diz que a abordagem foi truculenta. A advogada afirma que a equipe policial entrou na casa sem mandado e utilizou spray de pimenta contra moradores.

O vídeo mostra o mesmo policial que teria agredido a advogada descendo da viatura e tentando puxar uma mulher pelo braço. Nesse momento, outras mulheres presentes tentam impedir. O policial empurra as mulheres que interviram na abordagem, e outros policiais chegam para a ação.

Neto também empurra um homem que filma a situação, e a confusão segue para dentro da residência. As imagens não são claras, mas mostram uma sequência de gritos e empurrões, até que o agente acerta um tapa na mão do homem que faz a filmagem e o aparelho celular cai no chão. Quando as imagens são retomadas, os envolvidos na briga já estão do lado de fora da casa e uma mulher é colocada na viatura.

Um outro vídeo mostra a confusão dentro da delegacia. Nessas imagens, a advogada Helane Christina e o policial Neto discutem frente a frente. A advogada diz que o policial não pode tocá-la, e ele diz: “a senhora não chegue perto de mim”, ao que ela responde: “Já cheguei! E aí?”, e se afasta.

VÍDEO.