Cruzeiro do Sul, Acre 23 de novembro de 2024 09:07

Análise: Zelensky faz aposta arriscada na guerra de olho nas eleições dos EUA

As últimas semanas na guerra da Ucrânia têm sido tão intensas que, parafraseando um ditado frequentemente atribuído a Lenin, décadas parecem ter se passado nelas. É talvez o momento de mudança mais rápido no conflito desde o seu início, e sinaliza que Kiev está apostando tudo o que tem para tentar obter resultados palpáveis antes que as eleições dos EUA alterem seu destino, possivelmente de forma irrevogável.

Desde a surpreendente invasão da região russa de Kursk no início de agosto, a tolerância ao risco da Ucrânia disparou. Na terça-feira, seus principais líderes revelaram que haviam tomado 100 assentamentos russos, enquanto surgiram relatos de que suas forças tentavam invadir a região de Belgorod também.

A incursão surpresa está se transformando em um projeto de longo prazo, embora Kiev insista que busca uma zona de amortecimento, e não uma ocupação por vingança.

É notável como o Kremlin parece impotente para deter o progresso da Ucrânia, agora com três semanas de duração, apesar de ter desviado 30.000 militares naquela direção, de acordo com uma avaliação ucraniana fornecida durante a coletiva de imprensa anual do Presidente Volodymyr Zelensky na terça-feira (27). Mas esse movimento ousado é isolado.

Nos últimos meses, a Ucrânia tem atacado a infraestrutura mais profunda da Rússia à vontade. Aeródromos. Refinarias de petróleo. Centros de munição. Tudo diariamente. Um ataque de drone ucraniano na quarta-feira passada parece ter chegado perto de Murmansk, o centro naval do norte no círculo Ártico, onde grande parte da força de submarinos nucleares de Moscou está baseada, segundo um funcionário russo local.