A morte do estudante Jorge Luis Sousa Lino, de 15 anos, causou comoção entre os colegas da Escola Estadual Sebastião Pedrosa, em Rio Branco, onde estava estudando o 2º ano do Ensino Médio. Além disso, ele também fazia curso de técnico em informática. Querido pelos amigos e pela escola, os familiares ainda tentam entender o que aconteceu.
O jovem também fazia curso de técnico em informática e durante um torneio esportivo entre escolas. Nas postagens, os colegas falam sobre a dor da perda e ressaltam a parceria com o jovem.
Um dos vídeos mostra que o time de vôlei da escola Sebastião Pedrosa entrou em quadra exibindo uma camisa com uma frase relembrando o jovem, e com o apelido pelo qual era conhecido: “cremosinho”.
A escola afirmou que as aulas da turma na qual Jorge Luis estudava foram suspensas e devem ser retomadas nesta quarta-feira (24). Ao g1, a escola também descreveu Jorge como “um adolescente com sonhos, brincalhão”.
Patrick Lima Oliveira e Antoio Eules de Souza Gama foram presos em flagrante logo após o crime. Com eles, a polícia encontrou ainda duas armas de fogo, sendo uma pistola e um revólver, além de munições. Houve contato com a mãe do adolescente, que preferiu não se pronunciar.
Para a polícia, eles disseram que deveriam matar alguém “aleatoriamente” a mando de uma facção.
Mãe cara a cara com assassino
A mãe do adolescente, que também foi ferida na ação, disse em depoimento que saiu de casa por volta das 9h do domingo (21) para ir até a casa do pai acompanhada do filho de 15 anos, Jorge Luis. No caminho, ela encontrou seu outro filho de 23 anos, que entregou uma sacola de pão para o irmão. Logo em seguida, a mulher, que não terá o nome revelado, contou que chegou um carro branco com dois homens armados.
“Começaram a correr atrás do filho mais velho dela e do amigo dele que estava junto. Mas, os dois conseguiram fugir e então o bandido voltou e atirou contra Jorge Luis, que caiu no chão”, disse.
A mulher correu para ajudar o filho que estava baleado e mais uma vez o suspeito voltou e atirou na nuca do adolescente. “Deu um tiro na nuca para ter certeza que seu filho estava morto. Ela abaixou para abraçar seu filho, momento em que o assassino apontou a arma para a mulher e atirou nela”, consta no depoimento.
A vítima conta ainda que demorou a perceber que estava ferida nas costas. “Ela não faz ideia do motivo para que alguém quisesse matar o seu filho, pois ele não era envolvido com crime e frequentava a igreja. Ela pôde ver bem quem eram os bandidos, pois olhos nos olhos deles quando mataram seu filho e viu quando ele apontou a arma para ela.”
O que dizem os acusados
- Antônio Eules de Souza Gama Borges – 21 anos
O acusado é natural de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre, confessou o crime após a prisão. Em depoimento, ele disse que no dia anterior ao crime, 21 de maio, foi procurado por membros de uma determinada facção criminosa para que dirigisse o carro para um crime que seria cometido no bairro Belo Jardim. Borges deixa claro ainda que não havia um alvo específico, mas que deveriam passar pelo bairro Belo Jardim atirando e para matar alguém que “parecesse ser de uma facção rival”.
O acusado foi até o bairro Panorama, onde buscou o veículo usado no crime, em seguida foi buscar o comparsa. “O interrogado estava com um revolver calibre 38, com duas munições, e Patrick estava com uma pistola 9 mm. Que então estavam transitando pelo Belo Jardim quando viram um grupo de rapazes e decidiram atacá-los. Que então pararam o carro e o Patrick desceu com a arma na mão e começou a atirar. O interrogado alega que deu um disparo de dentro do carro apenas para o alto”, disse no depoimento.
Borges disse ainda que não viu o nomento que o comparsa matou o adolescente. “Que o alvo seria o rapaz maior do grupo, mas ele conseguiu fugir. Então Patrick voltou e atirou no menor, mas achava que ele havia ido pegar o chinelo.”
Para a polícia, eles disseram que deveriam matar alguém “aleatoriamente” a mando de uma facção ao crime e foi “contratado” apenas para dirigir. O acusado já tem passagem por receptação e quando menor respondeu por ato infracional equivalente ao crime de furto.
- Patrick Lima Oliveira – 20 anos
Apontado pelo comparsa como o executor, o suspeito preferiu ficar em silêncio e não deu sua versão na delegacia.