Um adolescente entre 15 e 19 anos é a primeira vítima de raiva humana no Distrito Federal desde 1978. A informação foi confirmada pela Secretaria de Saúde (SES-DF) na tarde desta terça-feira (5). Segundo a pasta, o jovem está internado desde o último dia 20, em estado grave, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital do DF.
A infecção ocorreu em 21 de maio, após ele ser arranhado por um gato. A partir de 15 de junho, o adolescente passou a sentir febre, dor no corpo, olhos e articulações. A SES informou apenas que o rapaz é morador do DF, mas não deu outros detalhes.
“Por questões de preservar a família, não vamos passar identificação e nem onde está hospitalizado”, disse o diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos.
Em 1978, o paciente infectado era uma criança, com idade entre 5 e 11 anos, morador do DF. Segundo a SES, ele foi agredido por um cachorro.
Vacinação em animais
Por conta do caso, antecipou o início da campanha de vacinação antirrábica em animais para esta quarta-feira (6), a partir das 9h. Durante todo o ano, há postos fixos, das 8h às 17h.
Segundo estimativa da Secretaria de Saúde, a população de cães e gatos no DF é de 345.033, dos quais 308.419 são cães e 36.613, gatos. A expectativa é vacinar pelo menos 80% da população animal.
Segundo a Secretaria de Saúde, “a raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos e pode ser transmitida aos humanos (antropozoonose) pela mordedura, lambedura e arranhadura de animais infectados com o vírus da raiva”.
O distúrbio é caracterizado por sintomas neurológicos e, de acordo com a pasta, “é uma doença quase sempre fatal (praticamente 100% dos casos evoluem para óbito), para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós-exposição”.
O vírus é transmitido pela saliva dos animais. A SES-DF afirma que “o último caso diagnosticado de raiva em cães foi em 2000 e, em gatos, no ano de 2001”.
“A vacinação dos pets é a melhor medida de prevenção. Além disso, evite mexer em cães e gatos sem donos, nunca tocar em morcegos ou animais silvestres”, disse Fabiano dos Anjos
Entre maio e junho deste ano, pelo menos quatro crianças e adolescentes morreram por raiva em Minas Gerais.
Vacina e soro antirrábico para humanos
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, atualmente, a vacina e o soro antirrábico para humanos estão disponíveis nos seguintes unidades de saúde da rede pública:
- Hospital Regional da Asa Norte (Hran)
- Hospital Regional de Taguatinga (HRT)
- Hospital Regional do Gama (HRG)
- Hospital Regional de Santa Maria (HRSM)
- Hospital Regional de Planaltina (HRP)
- Hospital Regional de Sobradinho (HRS)
- Hospital Regional de Ceilândia (HRC)
- Hospital Regional de Brazlândia (HRBz)
- Hospital Regional da Região Leste (antigo Hospital do Paranoá)
- Unidades Básicas de Saúde (UBSs) listadas no site da SES-DF
Quais são os sintomas da doença?
A doença pode não apresentar sintomas durante um intervalo de 45 dias. Mas segundo o Ministério da Saúde, o tempo de incubação pode mudar de acordo com diferentes fatores. Entre eles, a parte do corpo e a profundidade da mordida; e se a vítima for criança – quando a doença se desenvolve mais rapidamente.
O vírus provoca:
- mal-estar geral;
- pequeno aumento de temperatura;
- perda de apetite;
- dor de cabeça;
- náuseas;
- dor de garganta;
- fraqueza;
- irritabilidade;
- inquietude;
- sensação de angústia.
- Os sinais podem permanecer de 2 a 10 dias após o período de incubação.
Como prevenir
- Evitar mexer ou tocar em cães e gatos desconhecidos, sem donos, principalmente quando eles estiverem se alimentando, com filhotes ou dormindo;
- Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou em situações não habituais;
- Comunicar à vigilância ambiental, ao encontrar suspeita de raiva ou mortos para recolhimento e análise;
- Em caso de agressão não matar o animal, procurar imediatamente uma unidade de saúde;
- Vacine seus cães e gatos anualmente contra a raiva. A vacinação de cães e gatos é ofertada, durante o ano todo, nos postos localizados nas Inspetorias de Saúde de Brazlândia, Gama, Ceilândia, Planaltina, Recanto das Emas, Paranoá, São Sebastião e na Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival/ zoonoses).
- É dever do proprietário cuidar e guardar seus animais. Se houver desejo de passear com os cães e gatos nas vias públicas, é necessário uso de coleira, uma guia, evitando aborrecimentos para o dono e para os demais pedestres.