A família de Paula Gomes da Costa, de 33 anos, que foi morta a facadas na tarde desse domingo (27), afirmou que ela sofria agressões de Jairton Silveira Bezerra, de 45 anos, com quem foi casada por 13 anos. Jairton, que é gerente em uma loja de tintas da capital acreana, está foragido e é o principal suspeito do assassinato dela, ocorrido na frente da filha deles de 7 anos.
O crime, testemunhado também pelo pai do suspeito, ocorreu quando Paula voltava da casa de uma irmã, no bairro Alto Alegre, em Rio Branco. Conforme apurado pela Rede Amazônica Acre, Paula foi atacada pelas costas e levou oito facadas. Segundo o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), o foragido estava em um veículo de cor branca.
A menina foi levada para a casa de uma parente por uma vizinha, pouco depois do crime, e está traumatizada. Ela testemunhou o assassinato da mãe. O g1 tentou contato com a Polícia Civil e com a Delegacia Especializada de Atendimento á Mulher (Deam) mas não conseguiu retorno.
No domingo (27), a polícia disse que estava à procura de Jairton Silveira Bezerra — Foto: Reprodução/Instagram
De acordo com um familiar que pediu para não ser identificado, ela estava separada de Bezerra há cerca de três meses, e pediu uma medida protetiva por conta de violências que sofria dele.
Ainda segundo um parente de Paula, quando ela estava no caminho, foi abordada pelo ex, que colocou a filha deles no carro. O idoso pai de Bezerra tentou impedir, mas foi empurrado por ele. Logo depois, ele atacou Paula.
“Ele sempre batia nela, mas só agora ela decidiu pedir medida. Da última vez, ele bateu nela no local onde ela trabalha. Por enquanto, a menina não contou muita coisa, está traumatizada. Ela já tinha problema em relação a isso porque ele agredia muito a mãe dela, constantemente. Um cara desse não merece nem ser chamado de gente. Fazer uma crueldade dessa com a própria mãe da filha dele, ele nem pensou na menina, menos no pai dele”, disse.
Crime bárbaro
De acordo com informações preliminares da Polícia Militar (PM-AC), Paula estava separada de Jairton, que não se conformava com o fim da relação. O ex-marido também já tinha agredido a vítima em outras ocasiões, o que fez com ela tivesse conseguido uma medida protetiva contra ele.
“Toda vez que ele encontrava com ela fazia ameaças. Inclusive já foi no trabalho dela lá no Centro [de Rio Branco] e agrediu ela e hoje ele estava próximo à casa do pai dele quando encontrou ela”, explicou o tenente Eliabi Rodrigues, que atendeu a ocorrência.
Policiais isolaram a área do crime — Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica
A PM do Acre disponibiliza os seguintes números para denunciar casos de violência contra a mulher:
- (68) 99609-3901
- (68) 99611-3224
- (68) 99610-4372
- (68) 99614-2935
Veja outras formas de denunciar:
- Polícia Militar – 190: quando a criança está correndo risco imediato;
- Samu – 192: para pedidos de socorro urgentes;
- Delegacias especializadas no atendimento de crianças ou de mulheres;
- Qualquer delegacia de polícia;
- Disque 100: recebe denúncias de violações de direitos humanos. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa;
- Profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros, precisam fazer notificação compulsória em casos de suspeita de violência. Essa notificação é encaminhada aos conselhos tutelares e polícia;
- WhatsApp do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos: (61) 99656- 5008;
- Ministério Público;
- Videochamada em Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Paula Gomes foi morta a facadas — Foto: Arquivo pessoal