O desaparecimento de uma menina de 15 anos e de seu ex-namorado, de 22, em Rio Branco, desde a última quinta-feira (10), continua sem esclarecimento, mas com desdobramentos sobre o contexto da relação do casal e entre suas famílias. À reportagem, Mário Marinho, pai de Ayke Marinho (desaparecido), rebateu as acusações de Mayara da Silva, mãe de Maysa da Silva (desaparecida), de que o seu filho praticava violência psicológica contra a menor. A reportagem apurou que Ayke, além de ex-genro, também é primo de Mayara, e, portanto, o casal Maysa e Ayke possui parentesco em linha colateral.
De acordo com a Mayara da Silva, o relacionamento entre Maysa e Ayke começou em janeiro de 2024, quando a menina ainda tinha 14 anos – ela fez aniversário em abril -, e terminou em meados de julho, depois que Mayara não concordou com a diferença de idade entre os dois e entendeu que o rapaz pressionava sua filha. “Não permiti mais o relacionamento, ele estava fazendo pressão psicológica com ela. Começaram a passar do limite e quando eu comecei a limitar as interações, ela parecia tranquila, mas ele fazia chantagens, ligava pra Maysa de madrugada, aparecia na escola dela, chegou a um ponto que ela começou a se mutilar”, disse a mãe da menina. Ela ainda relatou que mesmo após a proibição do contato, o rapaz ainda frequentava sua casa às escondidas e precisou chamar a polícia na última ocasião. “Ele veio na minha casa escondido três vezes, na primeira e segunda vez eu conversei com ela e na terceira eu chamei a polícia, que pediu pra ele se retirar. Qual mãe não ficaria chateada, se ele já tem um histórico de surto, violência?”, argumenta.
Para contrapor as acusações de Mayara, Mário Marinho nega que o filho tenha cometido qualquer violência e acusa a mulher de ter mantido a filha em cárcere privado, além de espancá-la, o que segundo ele seria o real motivo da fuga de Maysa. “Ela saiu de casa não foi por amor ou por paixão para o meu filho, ela simplesmente não aguentou mais a opressão que a mãe dela estava fazendo em cima dela, não permitindo nada, autorizando o padrasto dela a trancar a menina, o padrasto dela a bater nela, entendeu? Tem muito mais coisa para eu falar, eu não estou falando nada”, disse.
Por sua vez, Mayara negou as acusações de Mário e falou que tem testemunhas da descrição que fez do relacionamento entre sua filha e Ayke. “Nunca vi uma pessoa estar em cárcere privado e ter a chave de casa, que eu só passei a reter depois que o filho dele passou a frequentar escondido, quando precisei chamar a polícia. Qual é a mãe, me diga, que tem essa coragem de deixar a filha em casa com a pessoa assim? Ele tá falando isso porque ele tá com medo de eu colocar o filho dele na cadeia. O direito da minha filha foi violado. Ele, por ser maior de idade, deveria ser responsável e largar esse papel de palhaço que ele está fazendo”, afirmou.
Tanto Mayara quanto Mário declararam ao ac24horas que vão formalizar denúncias de difamação.