Cruzeiro do Sul, Acre 24 de novembro de 2024 19:48

Fares Feghali sempre sonhou em ser delegado da PF e se apresentava como ‘filho de pais dedicados’

O delegado da Polícia Federal no Acre, Fares Antoine Feghali, de 35 anos, encontrado morto na tarde desta terça-feira (15) em um banheiro de uma das salas do Centro Empresarial em Rio Branco, capital do Acre, foi a segunda autoridade policial da instituição encontrada em condições de morte análoga em menos de um ano no Acre.

Fares Feghali tinha 35 anos/Foto: ContilNet

O primeiro caso ocorreu em 10 de outubro de 2023, em um quarto de hotel do município de Epitaciolândia, interior do estado, envolvendo o agente de Polícia Federal Tálito Borges Brito, de 34 anos, também achado morto após um estampido de tiro de pistola, com marcas de bala na cabeça.

Tálito Borges Brito era natural da Paraíba e estava em Epitaciolândia, lotado na Delegacia da Polícia Federal local. O delegado Fares Feghali era acreano de Rio Branco, filho do empresário de origem libanesa Tony Feghali e da acreana Izete Feghali. O casal estava comemorando o sucesso profissional dos filhos. Além de Fares, que desde criança manifestava o desejo de ser delegado da Polícia Federal, a outra filha do casal, Berenice, formada em medicina, estava se especializando para se tornar uma grande cirurgiã, segundo dizia o pai Tony, sempre orgulhoso dos filhos. Feghali foi acometido pelo coronavírus em 2020 de forma severa, mas sobreviveu com sequelas e, aos poucos, vinha voltando às atividades empresariais. Foi dono da Boate Excalibur, na região da Gameleira, em Rio Branco, e, por último, tocava um restaurante especializado em comida árabe, no Parque Tucumã, também em Rio Branco.

No caso do delegado Fares, não há maiores detalhes e a Polícia Federal ainda não se manifestou sobre o assunto. No caso do agente Tálito Borges Brito, as pessoas que estavam ao redor foram surpreendidas com o estampido de tiros de pistola, a arma preferida pelos profissionais da instituição Polícia Federal.

Em seu perfil no X, o antigo Twitter, Fares se identificava como “escritor-amador;ex-advogado, filho de pais dedicados e só mais um cara tentando ser bom”.

Em nota, a PF-AC chegou a lamentar a morte do agente nos seguintes termos: “A Polícia Federal manifesta seu profundo pesar em razão do falecimento do agente de Polícia Federal Tálito Borges Brito, ocorrido nesta terça-feira (10). Natural de Campina Grande/PB, Tálito ingressou na Polícia Federal no último dia 21 de setembro, lotado na Delegacia em Epitaciolândia. A Polícia Federal manifesta suas sinceras condolências e solidariedade aos familiares e amigos enlutados”.

No caso do delegado Fares, a Superintendência da Polícia Federal no Acre ainda não se manifestou até a conclusão desta reportagem. O espaço segue em aberto.

Quem é Fares Feghali? 

Graduado em Direito em 2012, Fares Feghali era delegado da PF-AC desde 2015, tinha especialização em Advocacia Contratual e Responsabilidade Civil, Direito Internacional Aplicado e em Direito Penal e Processo Penal Aplicados.

Um ano após ter sido aprovado como delegado da PF, Feghali foi empossado como titular da fronteira do Acre em Epitaciolândia, no interior do estado. Ele foi ainda vice-diretor regional no Acre no período de 2017 a 2019.

Em janeiro de 2021, foi designado para a função de chefe da Delegacia de Polícia de Imigração da PF-AC. Este ano, chegou a ser nomeado, interinamente, como superintendente regional da PF. Atualmente Feghali ocupava o cargo de delegado regional executivo do órgão no estado.