Cruzeiro do Sul, Acre 27 de novembro de 2024 02:34

População do Acre começará a encolher em 2043, um ano após a do Brasil, diz IBGE

Uma projeção populacional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indica que a população do Acre começará a encolher no ano de 2043, um ano após a do Brasil também começar diminuir. Os dados foram divulgados nessa quinta-feira (22).

No mesmo levantamento, o IBGE também projetou a população atual do estado, corrigindo de 830.026 do Censo 2022, para 872.566. Já em 2023, o número de pessoas que habitam o território acreano subiu para 876.582.

Nesta tendência, o Acre chegará ao ano de 2042 com 912.899 habitantes, caindo para 912.861 a partir do ano seguinte.

Indicadores

Para projetar a variação populacional, são levados em contas indicadores como taxa de fecundidade (número de filhos por mulher), a expectativa de vida e a migração.

No Acre, os números mostram que a taxa de fecundidade caiu mais de 50% entre 2000 e 2023, saindo de 3,98 para 1,91 no ano passado. Para 2070, ano até o qual as projeções se estendem, a expectativa é que esta taxa chegue a 1,5 no Acre.

A expectativa de vida no estado em 2023 era de 75,6 anos, sendo 78,2 para mulheres e 73,2 para homens. Para 2070, a projeção é que a expectativa do acreano chegue a 83,7 anos

Ainda conforme o IBGE, a idade media ficou em 29,9 anos no estado em 2023. Com menos filhos e vivendo mais, a idade média do acreano vai a 47,8 anos em 2070.

Encolhimento populacional no Brasil

A população brasileira vai começar a encolher em 2042 segundo projeções divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (22).

Segundo os números, sairemos dos atuais 203 milhões para 220 milhões em 2041 e, a partir do ano seguinte, começamos a encolher até chegar a 199,2 milhões em 2070 (veja o gráfico).

A previsão do ponto de inflexão, que é quando a população deixa de crescer e começa e encolher, foi adiantada em 6 anos desde quando a última projeção foi feita, em 2018. Naquela época, acreditava-se que o Brasil ia começar a encolher em 2048.

A antecipação ocorreu porque a projeção anterior foi feita com base nos dados do Censo de 2010, que havia sido feito 8 anos antes. Agora, o IBGE usou os dados do Censo de 2022 – que, entre outras coisas, mostrou que o país tinha uma população menor do que a estimada pelo instituto.

Queda no número de filhos é o principal fator para recuo na população

Segundo a pesquisa, no caso brasileiro, a queda da taxa de fecundidade é o principal fator responsável pela diminuição da população nos próximos anos (a migração tem efeito menor).

De 2000 a 2023, o número passou de 2,32 para 1,57 filho por mulher (o número mínimo para garantir a reposição da população é de 2,1 filho por mulher).

De acordo com os pesquisadores do instituto, esta queda está relacionada a mudanças nos padrões familiares e nas decisões reprodutivas ao longo das últimas décadas.

A idade média em que as mulheres brasileiras têm filhos aumentou. Em 2000, era de 25,3 anos; em 2020, subiu para 27,7 anos, e as projeções indicam que essa média deverá atingir 31,3 anos em 2070.

Essa diminuição na taxa de fecundidade e o adiamento da maternidade impactaram diretamente o número de nascimentos anuais no país. Em 2000, ocorreram cerca de 3,6 milhões de nascimentos por ano, número que caiu para 2,6 milhões em 2022. A previsão é que esse número caia ainda mais, para 1,5 milhão em 2070.

População vai viver mais e ser mais velha

As projeções também indicam que os brasileiros devem viver cada vez mais, saindo de 72,1 anos no caso dos homens e 78,8 anos no das mulheres para 81,7 anos e 86,1 anos em 2070, respectivamente, em 2070.

Esses números mostram que as mulheres devem continuar a viver mais que os homens, mas um pouco menos – de 6,7 anos, a diferença vai cair para 4,4 anos em 2070.

Com menos filhos e vida mais longa, a idade média do brasileiro vai subir, de 34,8 anos para 51,2 anos em 2070.

A tendência de envelhecimento da população não é exclusiva do Brasil. O Japão e países da Europa já enfrentam os desafios de uma população majoritariamente acima dos 60 anos.