Cruzeiro do Sul, Acre 23 de novembro de 2024 16:39

Arqueólogos recuperam lápides medievais de naufrágio de mais de 800 anos no Reino Unido

Arqueólogos marinhos da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido, recuperaram duas lápides medievais durante uma busca a um antigo naufrágio, no último dia 4, no fundo da baía de Studland. As peças, esculpidas em mármore Purbeck, estavam entre a carga do naufrágio mais antigo da Inglaterra, que afundou na costa de Dorset, no século XIII.

Segundo o comunicado da universidade, divulgado na sexta-feira, a operação para a recuperar as duas peças durou ceca de duas horas, já que as peças estavam a uma profundidade de pelo menos sete metros. Uma das peças, que está conservada, mede um metro e meio e pesa 70 quilos. Já a outra, é dividida em duas peças, e pesa 200 quilos.

A menor peça pesa cerca de 70 quilos — Foto: Divulgação
A menor peça pesa cerca de 70 quilos — Foto: Divulgação

As duas também têm esculturas de cruzes cristãs, que eram populares no século XIII e podem ter sido utilizadas como tampas de caixões ou monumentos para o alto clero, como analisam os pesquisadores.

“O naufrágio ocorreu no auge da indústria da pedra de Purbeck e as lápides que temos aqui eram um monumento muito popular para bispos e arcebispos em todas as catedrais e mosteiros da Inglaterra da época”, explicou Tom Cousins, arqueólogo marítimo da Universidade de Bournemouth que liderou a recuperação.

Após serem recuperadas, as lápides vão passar pelo processo de dessalinização e serão conservadas pela própria universidade. A instituição ainda pontua que, futuramente, os objetos poderão ser expostos ao público com outros artefatos recuperados, que devem ficar na Galeria do Naufrágio, no museu Poorle.

O local do naufrágio foi descoberto pela primeira vez em 1982, mas foi considerado como “entulho” no fundo do mar. “Seu significado não foi percebido até 2019, quando Tom e uma equipe da Universidade mergulharam no local e descobriram os segredos escondidos sob a areia”, destacou a nota da instituição.

A instituição também informou que seguirá explorando os destroços do naufrágio ao longo dos próximos anos e busca incluir uma operação para registrar as estruturas do navio naufragado, que está conservado na areia.