Cruzeiro do Sul, Acre 30 de novembro de 2024 11:39

Feto encontrado dentro de quintal em Porto Walter era de menor de 13 anos envolvida com funcionário público

No dia 1º de junho deste ano, em Porto Walter, uma adolescente de 13 anos fez um aborto e abandonou o natimorto no quintal de uma residência na Rua Amarizio Sales, no Bairro da Portelinha. O corpo, já em estado de decomposição, foi encontrado por um taxista na manhã seguinte, sendo devorado por cachorros.

A enfermeira Jamila Ferreira da Silva, da Vigilância Epidemiológica de Porto Walter, esclareceu que o corpo encontrado era de um natimorto, pesando 525 gramas e medindo mais de 30 centímetros, correspondendo a uma gravidez de cerca de seis meses. Segundo ela, o corpo apresentava olhos, pés, mãos e crânio formados, e não havia sinais da placenta no local, o que poderia representar um risco de hemorragia para a mãe.

A Polícia Civil foi acionada e iniciou as investigações. Descobriu-se que a adolescente teria realizado o aborto a pedido de um homem, funcionário público, com quem se relacionava. Um boletim de ocorrência foi registrado pela própria vítima, e o suspeito, que negou a autoria do crime, foi interrogado. Há indícios de que ele teria feito uma transferência bancária para a adolescente, possivelmente para a compra de remédios que provocaram o aborto.

Atualmente, a menina está internada na Unidade de Saúde de Porto Walter, sentindo muitas dores, e pode ser transferida para Cruzeiro do Sul para exames e tratamento psicológico.

O aborto é considerado crime no Brasil, conforme os artigos 124 e 125 do Código Penal Brasileiro, agravado neste caso pelo avançado desenvolvimento do feto.

O funcionário público poderá enfrentar consequências legais por envolvimento com menor de idade.

A regra geral aplicada ao crime de estupro está prevista no artigo 213 caput do Código Penal, que prevê como pena reclusão de 6 a 10 anos. Caso o estupro seja praticado contra menor que tenha entre 14 e 18 anos (artigo 213, § 1º, do Código Penal), há aumento na pena do criminoso, que pode ir de 8 a 14 anos de reclusão.