Cruzeiro do Sul, Acre 28 de novembro de 2024 17:23

Acreana denuncia tapurus no bebedouro de faculdade de medicina

Uma estudante acreana que cursa medicina na Universidade Domingo Savio, em Cobija, cidade boliviana, que faz fronteira com Brasileia e Epitaciolância, denuncia péssimas condições de higiene no local e também suposta coação que obriga os estudantes a comprarem uniformes e roupas cirúrgicas usadas durante o curso unicamente na loja da própria instituição.

Por conta dos preços, as universidades bolivianas são bastante procuradas por brasileiros. Conforme a estudante, que com medo de represálias prefere não ser identificada, em todas as turmas do curso, 99% são brasileiros.

A jovem enviou um vídeo ao ac24horas onde aparecem tapurus “passeando” pelo bebedouro usado pelas centenas de alunos da universidade. “Isso acontece sempre e não tem o básico como higiene, papel nos banheiros e falta até água para tomar. Não fornece limpeza, que é o mínimo que exigimos”, diz.

A acadêmica de medicina diz ainda que a instituição só aceita que os estudantes comprem as roupas do curso, como uniforme, jalecos e roupas cirúrgicas na própria instituição, o que sai mais caro aos alunos.

“Nós temos jalecos, pijamas e roupas cirúrgicas que em outras faculdades a compra é livre. No nosso caso, a instituição nos obriga a compra com eles e em muitos casos, o preço é mais alto do que se adquiríssemos em outro local. Muitos estudantes têm dificuldades em se manter, já que são de famílias humildes, onde os pais fazem um grande esforço para pagar as mensalidades e o material de estudo”, diz.

A Universidade Domingo Savio foi procurada e se manifestou. Em relação a higiene, a instituição negou e disse que é vítima de um “jogo sujo” com intuito de manchar sua credibilidade. “O que você vê nas imagens foi uma terceira pessoa que levava recipientes de comida e aparentemente estava com minhocas, nossa equipe de limpeza procedeu à limpeza. Aparentemente eles estão querendo fazer uma guerra suja contra a universidade por causa do impacto positivo que ela tem. Tentam nos desacreditar, mas graças a Deus temos o testemunho de mais de 1000 alunos que estão muito felizes conosco”, disse a instituição por meio de uma nota.

Em relação ao uniforme e roupas cirúrgicas, a universidade não negou que os alunos sejam obrigados a comprá-los na própria instituição, mas reiterou que o preço é baixo. “A questão dos uniformes de laboratório, são normais para aulas práticas, já que a licenciatura possui laboratórios diferentes. Se olhar a moeda brasileira, os uniformes não chegam a 400 reais e são adquiridos apenas uma vez para todo o curso”, explica.